quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PAPAI NOEL OU PRESÉPIO?



      Todo aniversário é natal, aniversário é sinônimo de natalício, dia do nascimento. Entretanto, o natal ficou fortemente associado à figura de Jesus Cristo, representante do humano avançado que nasceu entre nós, creio eu, para nos lembrar o que naquele tempo já estava sendo esquecido: que A FAMÍLIA É HUMANA. No outro extremo, Noel, senhor de idade que desperta compaixão e que se veste de vermelho, a cor do desejo, do sangue e da paixão!
Mas é possível juntarmos paixão com compaixão?
É possível harmonizar inclusão com exclusão?

VEJA: ORAÇÃO AO PAPAI NOEL
      Pois é assim que podemos nos confundir, com pequenas coisas que anestesiam a percepção justamente por mexerem diretamente com a emoção. Mas como lembrar isso em uma época que os desejos pessoais do natal se sobrepõem a qualquer possibilidade de olhar para o outro? Como incluir o outro em nossas vidas sem que não percamos o rumo? Dentre todos os atributos humanos conhecidos, o mais inclusivo e menos exclusivo é o amor.
Tolstói conta uma bela história sobre isso, em que dois anciãos que combinaram uma viagem a Jerusalém se separam durante o percurso, pois um deles sempre ia em auxílio de alguém que lhe requisitava ajuda (Onde existe amor, Deus ai está – Ed. Verus 2001). O outro, absolutamente focado no objetivo final, rapidamente conclui a viagem e retorna ao lar. Ao se reencontrarem, o primeiro diz não ter chegado a concluir a viagem, mas também se diz transformado pelas suas experiências. O segundo desiludido, apesar do objetivo alcançado, retorna desgostoso com o passeio. Muitas vezes a viagem é o caminho e não a chegada. A agitação do mundo moderno, nega o caminho em favor da idéia de conquistas futuras, chegadas, que afastam as pessoas do viver essencial e da realização na simplicidade. Finalmente, esta dificuldade em perceber armadilhas, às vezes sutis, se manifesta em insatisfação e inquietude que terminam minando a própria vitalidade e se transformando em doenças.
      Todo natal é oportunidade de renascimento, de despertar para algo que está adormecido. Não é possível entrar em contato com o outro quando se está adormecido, daí a importância de acordar para si, lembrar de si e então buscar caminhar ao lado do outro. Quando acordamos, ficamos mais conscientes, podemos ser mais úteis para o outro e para nós mesmos.
Olhar e observar o céu na época de natal é algo muito especial. No hemisfério norte (solstício de inverno; frio extremo, filmes com neve etc.), na época de natal, devido à inclinação do eixo terrestre os raios de sol tocam a terra com diferente angulação em relação ao hemisfério sul (solstício de verão; calor extremo). A própria natureza, no simbolismo do solstício, com a aparente reversão do curso solar, convida a vivenciarmos o natal como momento de mudança e quem sabe de reflexão quanto a tudo o que temos escolhido até então. Simbólico não? Maravilhoso é poder observar no decorrer o ano, pela janela de casa, o deslocamento do pôr do sol no horizonte, desde o inverno até o verão e vice-versa. Observar causa uma vívida impressão da ligação entre nós e o que habita ao nosso redor.
Acho, além de belo, curiosíssimo o fato de em pleno verão, enfeitar-se a cidade com adornos típicos das regiões frias do hemisfério norte! Ainda mais me surpreende ver a cada ano, menos presépios e mais daqueles papais vermelhos que mais lembram avós dispostos a tudo pelos seus netinhos. Ambos, simbolismos que podem conviver e eventualmente se complementarem, quem sabe, um de fora para dentro e outro de dentro para fora. Também me é curioso e surpreendente o fato de não serem Reis Magos que presenteiam as crianças. Às vezes me pego a pensar, como se sentiria uma criança presenteada por um Rei Mago, seria o mesmo que pelo simpático e obeso senhor de barbas brancas? Fica aqui esta minha não “sabença” aos Baltazares, Belchiores e Gaspares... 

Reis Magos - Pórtico cidade de Natal - RN
      Mas, parece que aos poucos estamos cada vez mais virtuais, cada vez mais programando a vida a partir das necessidades de quem nos paga o salário. Não importa mais gostar ou não do que se faz, o homem está obsoleto, não consegue mais processar informações. Desde pequenas as crianças diante do videogame têm de tomar decisões rápidas e vivem, diariamente, a frustração de não superarem a máquina. Alguns já sonham com o download do próprio cérebro num novíssimo e atualizado corpo humano virtual capaz de viver a partir dos desejos e sonhos do outro. Fundamental então parar e lembrar as palavras do sábio Inácio de Loyola:
"Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente”.
Um passo importante no sentido de se desprender minimamente do denso tecido ilusório que nos envolve, talvez possa ser o de se perceber enquanto membro da grande família humana. Toda grande caminhada começa com um passo, mas esse passo em especial não é tão elementar. As atitudes pessoais naturalmente passam por um tipo de refinamento quando se percebe a família em cada pessoa que se encontra no dia a dia. Mas na mesma proporção desse refinamento ocorre uma libertação pessoal de muitas situações e contextos que deixam de existir pela simples mudança na forma de encará-los.
Daí a importância de lembrar que somos SERES humanos e não TERES humanos! Quem se reconhece no ter, geralmente é presa das convenções, da moda e do que os outros podem pensar. Essas pessoas correm o sério risco de não viver, mas apenas existir. Para viver, é preciso SER, fato que exige sacrifícios, esforço e dedicação para que a musculatura moral se fortifique de modo a preencher o tecido interior e permita manifestar a essência (perfume) única que cada pessoa traz em si.
Ser e ter andam de mãos dadas com a graça e a desgraça. O reino da graça é morada dos que são. Quando a natureza do “ser” é bem desenvolvida, existe “espaço” interior para que a graça seja vivenciada. Apesar de todos nós sermos transpassados pela graça a todo o momento, só é possível palpá-la quando se cria um espaço interior de receptividade. Este espaço diz respeito ao “ser” e é semelhante àquele que o “ter” permite quando se compra um terreno, uma casa ou qualquer outro tipo de propriedade do mundo físico. O afastamento do reino da graça enfraquece e predispõe ao adoecer, visto que vitalidade e graça andam juntas.
O dom supremo - sobre a graça e a gratidão

Do mesmo modo que os anticorpos do sangue protegem, os “anticorpos” do perdão promovem saúde e os “anticorpos” da alegria promovem harmonia. Por outro lado, medo e apego desvitalizam, isolam, deprimem e causam ansiedade. Assim, o desgraçado, ou seja, o que vive fora do estado de graça, é adepto, muitas vezes inconsciente, deste tipo de escolhas. Nesse sentido, deve sempre ser respeitado, visto ser comum que o próprio sofrimento oriundo de experiências desagradáveis, seja o antídoto para uma possível mudança de rumo, agora quem sabe na direção da graça.
E para você: quanto deste momento é papai noel e quanto é presépio? A relação presépio x papai noel em cada pessoa guarda a medida justa de sua humana capacidade de renascer, perdoar e amar. Qualidades íntimas ao espírito natalino e inerentes ao ser saudável e consciente.



18 comentários:

  1. Maravilhoso! Adoro a época do Natal poruqe a cidade se enche de luzes e é como se estas luzes entrassem no coração de cada Ser levando Amor, Solidariedade e Fraternidade. Apesar e todo apelo comercial, sinto que não foi totalmente diluída a mensagem de Cristo, de Amor e Renascimento. Que, cada vez mais possa haver Amor pleno, Despertar da consciencia Crística em todos os Seres! Que a família não se limite à de parentes próximos, mas à grande família cósmica!
    É este Natal que desejo a todos e a voce querido amigo Ricardo!
    Beijos estelares no coração de todos!

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  2. Eu tenho um presepinho de uns cem anos. Foi deixado pra mim pela minha mãe. Os presentes que eu recebi na infância dentro de pequenos sapatinhos, sempre foram deixados pelos reis magos, e, no dia seis de janeiro. Mas o Natal também sempre foi comemorado. Bacana né? O texto abaixo é de 1989. Será que mudou alguma coisa?... Grande abraço e feliz Natal e Reis a você, Dr. Ricardo, e aos amigos seguidores do seu Blog.

    NATAL
    Repicam os sinos.
    Mas não os ouço.

    Bem perto da minha casa tem uma igreja.
    Às vezes acordo à noite, altas horas, bem na calada,
    silêncio.

    Estou ouvindo o relógio da igreja bater as horas.
    Uma, duas, (vrom, fom, sirene)...oh! maldita poluição sonora!
    Só me resta olhar para o radio-relógio.
    A luz é vermelha (eletrônica!?), meus olhos ardem.

    Na rua da minha casa tem muitos pobres (miseráveis).
    Velhos, novos , meninos... todos na rua, nas calçadas.
    É uma avenida, no centro da cidade! Eles não ganham presentes no dia de natal.

    Bate o sino pequenino
    tão baixinho que eu não ouço.
    Tão pequenino, que não sobrou presente para aquele menino que dormiu na
    porta da igreja...

    (feliz natal?)

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  3. Natal!que dia maravilhoso e Divino.Quanta alegria,quanta lembrança, quanto amor!O que se comemora é o nascimento do menino Jesus!Aí deve prevalecer o PRESÉPIO.Mas....no mundo mágico infantil, para crianças até mais ou menos 10 anos, deve prevalecer o Papai Noel, com suas fantasias tão lindas.Ocorre infelizmente, que os adultos,esquecendo-se disso, misturam os comportamentos, e colocam mais uma vez os bens materiais(guloseimas ,presentes,,bebidas,etc.),
    Sobrepujando os bens espirituais(amor,solidariedade,oração,etc...)Muito linda a mensagem desse Blog"Vamos no Natal renascer, perdoar e amar mais?Um feliz NATAL a todos!

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  4. AMADO PRIMO,TOCOU FUNDO NO MEU CORAÇÃO ESTA MENSAGEM,POIS EU ANDAVA MEIO DESCONTENTE COM ALGUMAS IDÉIAS SOBRE O NATAL,POIS ENQUANTO O COMERCIO APROVEITA-SE DA OCASIÃO EU ME PERGUNTO:O QUE REALMENTE TOCA NOSSOS CORAÇÕES NESTA ÉPOCA DO ANO ? REFLETIREI SOBRE ESTE TEXTO TÃO LINDO , E COM CERTEZA DAREI ALENTO PARA MINHA ALMA.
    O NATAL SEMPRE ME TRÁS A LINDA LEMBRANÇA DE UNIÃO ENTRE AQUELES QUE SE AMAM ,PELO MENOS ESTA LUZ SEGUE VIVA EM MIM !!!UM ABRAÇO APERTADO E MUITO CARINHOSO DA PRIMA QUE TE ADMIRA MUITO ,ROSANNE LEME

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  5. Ricardo, amei que vc nos ajude a lembrar para que o natal existe. Aqui em casa presente não existem, somente estar a mesa com a família e amigos. Confraternizar é importante e nos acalenta. Beijos e feliz natal a todos.

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  6. Que texto e vídeos maravilhosos, Ricardo!!! Mais uma vez obrigada por você compartilhar a sua luz!
    Um grande abraço, Chris

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  7. Obrigada Ricardo.
    Mensagem maravilhosa.
    Gosto muito da época de Natal. As pessoas demonstram mais atrativas, e abertas para bons sentimentos.
    O nascimento de Jesus, nos faz refletir; como estamos vivendo, o que achamos importante,o que realmente valorizamos. Então o Natal tem vários significados, vai depender de como nós somos.
    Desejo um Natal iluminado, com muito amor, para todos nós, para todas as pessoas, para todo o planeta.
    Que o amor de Jesus esteja sempre presente.
    Obrigada.

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  8. Belíssimos textos e mensagens.
    Que Deus esteja presente em todos os momento de sua vida...
    Abraços
    Márcia

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  9. Ricardo,
    Você se lembra de uma das nossas comemorações natalinas, quando eramos crianças? Toda a família reunida, na casa do tio Renato em Curitiba, até Papai Noel teve ( o meu pai) que saudades... Mas, o mais importante não era o amigo secreto e a mesa farta, e sim a união que sempre tivemos entre tios, tias, primos e primas. Tenho a certeza de que Jesus estava ali em nosso meio nos presenteando com paz, amor, respeito e fraternidade.
    Que a Sagrada Família de Nazaré esteja presente neste Natal mais uma vez e muitas bençãos na sua vida e na vida dos meus queridos tios e primos. Feliz Natal!!!!
    Beijos da prima,
    Maria Teresa

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    1. Oi Maria Teresa!

      Claro que lembro, parece que foi ontem não é mesmo?

      Aliás, esta sensação de atemporalidade proporcionada por tudo aquilo que é tocado pelo Cristo, é o que aquece a gruta do coração, preparando-o para mais um nascimento do SER ideal.

      Beijão do primo,

      Ricardo Leme

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  10. Sua Amiga Claudia

    Ricardo, parabêns pelo texto, adorei!
    Pena que as pessoas não conseguem vivenciar os sentimentos natalinos de amor, perdão, compaixão,benevolência e espiritualidade durante os momentos´presentes do ano e sim param para pensá-los mais quando o Natal se aproxima.Mas já é um início de renovação, de querer se transformar, se modificar....!
    Vejo ainda o materialismo reinando em nossa vidas,famílias sem diálogos, pessoas em ambientes isolados dentro da própria casa, uma falta de energia e colaboração das pessoas e familiares, preconceitos nas reuniões familiares...etc
    Adoro o Natal, as luzes e a união familiar,os sabores dos alimentos, das ervas, dos preparativos da mesa.É realmente um momento de grande renovação e a oportunidade de desenvolvermos e compartilharmos o nosso amoe de alma com o universo.

    A meu grande amigo desejo um feliz Presépio e um Natal com luzes coloridas!!!
    Claudia Bertini

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    1. Queridos Cláudia e Cláudio!

      Acho que as pessoas conseguem sim, apenas estão um pouco tímidas, esqueceram temporariamente de suas essências... Não é para menos, visto que o mundo da qualidade, do Ser, está sendo pouco enfatizado pelos meios de comunicação, em favor do mundo da quantidade, do ter.

      É árdua a conquista do equilíbrio entre o mundo da matéria e o outro. A vontade debilitada em favor dos desejos, faz das pessoas, desnutridas no espírito, títeres desconectados de sua essência direcional; o preço do livre arbítrio pode ser alto não é mesmo?

      Também gosto do natal e seu simbolismo, especialmente aquele do renascimento do Ser ideal, que se acontece no simbolismo do presépio, acredito apontar para o que deve acontecer em nossos corações a cada Natal.

      Um feliz presépio para vocês também!!

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  11. Natal é corpo (Papai Noell)e Alma(presépio).É o Ter e o Ser.Se ficarmos só com o Presépio(nascimento de Jesus)..tudo bem, tudo lindo, mas como Somos tambem HUMANOS, e Cristo foi o Maior deles, pois ele era o SER e TER simultaneamente.O Ser Humano pode se dedicar mais ao SER que ao Ter, mas não consegue somente Ser ou Ter.O Natal é lindo e claro nas comemorações deve prevalecer o SER, pois sem Jesus não existe Natal.Amor a si mesmo e ao próximo é o verdadeiro Ser do Natal.Eu sou, tu és ,ele é, nós somos,vós sois, e eles são...amor, amor e amor ao próximo.Tudo isso só em INTENSÃO?só no VIRTUAL?ou na prática do dia a dia, não só com palavras, MAS com exemplos concretos, com realizações, com amor, com abraços, com ,beijos, com sorrisos, com congratulações, com tintins, com presentes, com orações, enfim... Com tudo o que OS SERES HUMANOS tem direito.E viva o Natal com Jesus e Papai Noel(deveria ser chamado de VOVÔ NOEL).E a voce querido Ricardo que nos enche os corações e ESPÍRITOS com alegrias e ensinamentos lindos desejo um feliz Natal, e torço para que o Papai Noel venha para você mais uma vez e que JESUS o abençoe.Mil beijos do Papai que não é o Noel!!!!!!!!!!!

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    1. Muito bem Papai!

      Obrigado pela sua solução de Ser e ter?!

      Quero saber mais em breve, não com tintins é claro, mas tintin por tintin...

      Mil beijos do Filho que não é o da outra!!!!!

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  12. Dr. Ricardo

    Natal coroa condignamente, com encenação, a festividade do nascimento de Jesus Cristo .
    Tal coroação desdobrou-se a todos e infinitos nascimentos, transformando o evento em um ato corriqueiro, mas sempre auspicioso de felicidade e alegria plena.
    Isto não impede, hoje em dia, de olharmos tais nascimentos com certa reserva, pois o aumento populacional, sem dúvida, trará problemas tais, cujo agravante atingirá a todos, indistintamente.
    Medidas restritivas- não impeditivas - de controle, portanto, se manifestam necessárias e de certa prioridade de urgência., para que sejam evitadas as faltas de alimento, habitação emprego e outros atendimentos básicos, como o da saúde, que hoje já se manifesta de uma precariedade sem precedentes.
    É preciso assim, que se finquem os pés no chão e deixem o olhar vagar apenas para o céu, em sua infinitude e beleza.
    A célebre invocação de “crescei e multiplicai-vos,”, - acredito se refere a ordenação da crença cristã para o aumento de fiéis e não de seres humanos, embora este último com parcimônia e responsabilidade seja sempre bem vindo e muito bem quisto.
    A associação entre Natal e Papai Noel pode parecer inadequada, mas é real, pois ela está associada ao incremento da indústria e do comércio, fundamental – pelo menos nesta época -, para propiciar empregos temporários e compras a granel não mais restritas aos pequenos mas a toda a família e, em termos universais.
    Para isso são criados abonos por maiores vendas, décimo terceiro salário, férias de final de ano, ofertas à granel de produtos e propaganda e publicidades em favor da data magna, sempre no incentivo a gastos em compras que, em sua maioria, redundam em endividamento, por juros e mais juros por parcelas não pagas ou adiadas.
    Fugir desse esquema, é realmente uma utopia, de abrangência bastante curta e irrisória, seja a médio ou a longo prazo, pois, quer queiram ou não, as festividades natalinas e de fim de ano , podem ser consideradas as maiores e mais bem sucedidas promoções de vendas, em todos os setores., abarcando uma avalanche de fiéis cada dia maior e mais promissor, tendo como símbolo inquebrantável a configuração esdrúxula ou não, o “Papai Noel”
    É lastimável? Sim! É desumanizante? Também! É, manifestamente excludente? Sim! Como cantarola Assis Valente:

    “Anoiteceu, o sino gemeu
    E a gente ficou feliz a rezar
    Papai Noel, vê se você tem
    A felicidade pra você me dar
    Eu pensei que todo mundo
    Fosse filho de Papai Noel
    E assim felicidade
    Eu pensei que fosse uma
    Brincadeira de papel
    Já faz tempo que eu pedi
    Mas o meu Papai Noel não vem
    Com certeza já morreu
    Ou então felicidade
    É brinquedo que não tem”

    Este, infelizmente é apenas o pensar criativo e criador. O real é tudo isso, e mais: “É o mundo do “Ter” celebrado e aclamado. No mais, apenas lembranças, velhas lembranças indeléveis, murchas, de um tempo que findou e ficou lá no passado, ou quiçá no nosso imaginário

    Mário Inglesi
    24.12.2012

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    1. Caro Sr. Mário!

      Cirurgicamente o senhor tocou em tópicos urgentes! Especialmente o tradicional crescei e multiplicai-vos, que insistentemente é interpretado como multiplicai-vos e crescei, seu maroto e tenebroso oposto!

      Esta colméia ou cumbuca carece de um olhar amoroso, quem sabe 2013 seja um ano bom para esta conversa e textos a respeito?

      Grande abraço

      Ricardo Leme
      27.12.2012

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  13. Sei que não é papai noel, mas, talvez, o próprio presépio já não me encanta. Muitas dúvidas sérias tenho sôbre a narrativa desta história. A começar pela fato de que o Messias talvez não quisesse fundar uma nova Igreja e sim reparar a prática e a liturgia do judaísmo. Creio eu que a passagem do nosso Cristo poderia bem ser a continuidade de nova aliança, portanto do próprio judaismo. Vc. sabe que eu não sou judeu, provavelmente cristão novo, mas esta linha de pensamento me agrada.

    Seus textos me fazem bem, por isto grato e feliz Natal, aguardando a troca de idéias ao vivo.

    Feliz 2013, companheiro de jornada.

    Paulo S.

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    1. Feliz 2013!

      Que os ensinamentos do Cristo sobre o amor possa iluminar onde nossa compreensão não alcança!

      Abração

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