quinta-feira, 14 de abril de 2016

SAÚDE EM NOVE MOVIMENTOS


O James Redfield escreveu, em profecia celestina, sobre nove movimentos associados ao processo de emancipação ou individuação. Em Cloud Atlas (no Brasil “A Viagem” – decorrência da sina brasileira de deformar e aleijar títulos de filmes traduzidos do original) e na trilogia Matrix dos irmãos Wachowski, os diretores apontam um roteiro similar.


O convite começa quando se começa a levar a sério as coincidências e se perguntar sobre a possibilidade de algo atuando subjacente ao que nossos sentidos nos permitem acessar.
Depois, a consciência até então adormecida passa a ser vista como algo real. A preocupação excessiva com a realidade material impede esse olhar, mas aos poucos se desconfia haver certa superioridade do ser sobre o ter. É quando o ser se descobre humano.

Com o início de uma nova vida emerge a consciência da profunda desnutrição gramatical e linguística, recursos fundamentais para acessar e descrever a profundidade do universo que se descortina. O desespero e a experiência do vazio colocam a pessoa em contato com a natureza de um lado e com o espírito científico de outro. O que não se pode explicar ganha o nome de energia e o mundo passa a ser visto como um vasto sistema de energia.
Eu uso a energia e ela me sustenta, mas de onde ela vem? Como pude permanecer até hoje desconectado? Eu preciso disso que designo energia e sem ela me sinto fraco, inseguro e carente. Vou roubá-la dos outros! Em cada encontro com o outro buscarei recursos para me autoafirmar a partir da energia do outro. Minha vida será uma competição e meu objetivo é me nutrir da energia que flui entre as pessoas. Em minha família, na profissão, na relação com amigos e em todo encontro com o próximo, aumentarei minha energia pessoal a partir da energia alheia. Quero estar sempre certo, sempre com a razão e portar sempre a última palavra. Evolução é a sobrevivência do mais forte!


       Eu me dou conta que não preciso vampirizar a energia alheia, pois o universo proporciona tudo o que necessito, basta que eu esteja aberto a isso. Eu me abro, e me sinto preenchido por outra qualidade de energia. Não sei como, mas passam a ocorrer coincidências que me fazem progredir. Assim, me estabeleço em outro nível de energia e me percebo existindo em uma vibração mais elevada.
      Sinto-me forte ao ponto de poder olhar, elaborar, aprender e varrer os velhos dramas que repetidamente venho vivenciando. Descubro a verdade a meu respeito.

Autobiografia em cinco capítulos
 1. Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2. Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

3. Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4. Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.

5. Ando por outra rua.
(Extraído de "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer" -“ Sogyal Rinpoche -“)

      Envolvo-me conscientemente e me torno alerta para toda coincidência que me cerca e para tudo que o universo me oferece em termos de experiências e respostas. Estabeleço relação entre o que acontece no cotidiano com meus sonhos e comparo a história dos sonhos com a história de minha vida. Descubro a intuição e seu fluxo mágico. A felicidade não é um estado estático de alegria que a qualquer momento pode acabar, mas um potencial entre o estado que me encontro e a realidade da plenitude. Essa distância potencial permeia de sentido a vida e se torna o motivo pelo qual eu caminho todos os dias, sem a expectativa de chegar, senão pela alegria do caminhar.

      Todo encontro traz uma mensagem. Absolutamente nada acontece por acaso, mas a forma como respondo a cada encontro determina se sou capaz de receber a mensagem. Se conversar com alguém que cruza o meu caminho e não identificar uma mensagem sobre minhas questões atuais, isso não significa que ela não houvesse. Significa apenas que não a captei, por algum motivo.
      Meu senso de propósito se satisfaz com o sentimento de minha própria evolução. Exalto-me no desenvolver da intuição e ao apreciar o destino a se desenrolar. O mundo se humaniza, diminui seu ritmo e fico atento ao próximo encontro significativo a surgir. Sei que o mesmo pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar. Minha percepção e vibração revelam um céu diante de mim, ainda que não o veja. Acesso o amor e lembro que a energia é a própria veste de Deus. É o amor que mantém minha vibração adequada; o amor me mantém saudável. Meu corpo vibra em determinada frequência, que aumentada ou diminuída excessivamente pode levá-lo ao sofrimento - eis a relação entre estresse e doença. A saúde se sustenta na medida em que eu me relaciono com o céu estando aqui na Terra. Assim, diferente da sobrevivência do mais forte, evolução é cooperação e os seres mais bem sucedidos evolutivamente são aqueles que de algum modo cooperam.

domingo, 10 de abril de 2016

ASTROLOGIA - FERNANDO PESSOA II

Raphael Baldaya - O horóscopo não relata o que há antes do nascimento.



A DOUTRINA DOS TRÂNSITOS

O horóscopo não relata o que há antes do nascimento, nem o que há depois da morte, embora se possa admitir que aspectos (direções) em retrocesso, e em sucessão da morte, possam indicar certos fenômenos externos relativos à vida, por assim dizer, pré-natal e pós-mortal do indivíduo. Isto, porém, é duvidoso.

A vida é essencialmente ação, e o que o horóscopo indica é a ação que há na vida do nativo. Três coisas não há que buscar no horóscopo: (1) as qualidades fundamentais do indivíduo, quanto ao seu grau íntimo; (2) o ponto de partida social da sua vida; (3) o que resulta dele, e da vida que teve, depois da morte. Tudo, menos isto, o horóscopo inclui e define.

Não pasmemos de que seja apagado e frustre o horóscopo de tal grande artista que foi célebre só depois de morto: o horóscopo indicará qualidades artísticas (em grau que não podemos medir) e indicará obscuridade. Tudo será indicado em abstrato; só uma vidência nossa o poderá concretizar. (Tal é o sentido do primeiro apótema de Ptolomeu).

Exemplificando melhor: um horóscopo de poeta dramático poderá ser determinado como tal poderá, adentro desse horóscopo, ser indicada uma certa fama e um certo proveito. À parte isso, o horóscopo pode ser o de Shakespeare ou o de um poeta dramático de inferior nota, que, na época em que viveu, tenha tido uma vida, quanto à fama e proveito, idêntica ou semelhante à de Shakespeare. O horóscopo revela, pouco mais ou menos, o que o mundo vê. Nunca devemos esquecer este pormenor importantíssimo. Sem ele nada faremos da astrologia.


A Procura da Verdade Oculta - Textos filosóficos e esotéricos. Fernando Pessoa. (Prefácio, organização e notas de António Quadros.) Mem Martins: Publ. Europa-América, 1989 (2ª ed.). 158. Traduzido do inglês. Fragmento do «Tratado de Astrologia».


segunda-feira, 4 de abril de 2016

MEDO DA MORTE – UMA EPIDEMIA MODERNA


Bach - Paixão segundo Mateus

A balada de Narayama - Shohei Imamura

Ao visitarmos Jézéquel (http://www.alainjezequel.com/) se percebe que a medicina transformou e perturbou profundamente a saudável e tranquila relação de outros tempos entre o homem e a morte. Diluída nos contos e rituais religiosos, a morte permeava o cotidiano, o que se pode encontrar entre aqueles de nós ainda saudáveis. Com a atenuação da hegemonia religiosa sobre a questão, o efeito tranquilizador sobre a compreensão da morte e do morrer cedeu espaço ao medo e à necessidade de segurança, pressupostos mórbidos para um rentável mercado em franca expansão, dos seguros e da “segurança”.
Defender a vida não é sinônimo de lutar contra a morte

Nas palavras de Jézéquel:
“A posição da ciência médica relativamente à saúde é profundamente ambígua: se o objetivo da medicina é defender a vida, a tentação de passar da luta contra as patologias para a luta contra o fenômeno perturbador – morte – é grande: de fato, dar este passo – pretender decidir entre a vida e a morte – faz do médico um demiurgo e um “apóstolo” da imortalidade. Uma das consequências desta ambição é levar as pessoas que acreditam e praticam este “culto” a uma extrema exigência, a um pedido cada vez maior de infalibilidade, natural, da parte de uma entidade divina. É um pouco isto o que se verifica, hoje em dia com o número crescente de pacientes que, por investirem uma fé ilimitada na tecnologia e nos conhecimentos científicos, sentem-se no direito de pedirem contas cada vez mais altas ao poder médico. Mas, na verdade, rapidamente se descobre que se a encenação do poder é tecnicamente perfeita e se o mágico tem um ar extremamente competente (hospitais, indústria farmacêutica, corpo médico executando rituais bem ensaiados) tudo isto não passa, em boa parte, de uma ilusão que tem, aliás, consequências graves, à vista de todos nós: as esperanças são realmente enormes – “este médico é realmente o melhor e esta clínica fantástica”, mas as decepções não ficam atrás. Não se trata de um problema de competência médica, mas sim de crença coletiva.”


As pressões sentidas pela medicina referentes às noções de lucro, rentabilidade e consumismo, eventualmente comprometem a lei hipocrática de exercício médico: “primum non nocere”. Nos hospitais a figura do médico perde em importância para gravatas e contingências da beleza decaída, os CEOs e seus gestores. Não deve surpreender, ao leitor atento, a semelhança destes com o estado de cio observável no reino animal, bem como o estado da gestante a incubar quimera a conhecer. Quimera, pois que geneticamente modificada nos laboratórios de treinamento ao que Jogos Vorazes servem de exemplo menor.
Ao escolher a lógica da sociedade midiática, regida pelo efêmero, “fantástico” e espetacular, a medicina e seus órgãos regulamentadores só podem correr atrás do prejuízo ao tentar a posteriori regulamentar aquilo que os meios de comunicação já ofereceram aos reflexos condicionados do consumidor. Informações e imagens de doenças amedrontam e inquietam ouvintes, telespectadores e leitores, incapazes de defesa por absoluta alienação ou conhecimento mínimo de causa. Estímulos dessa natureza, em que o medo é o veículo, geram vítimas indefesas e presas fáceis de qualquer alternativa oferecida subsequentemente, especialmente se rápida e prática.
Lembremos apenas que o rápido e prático, grosso modo, age sobre efeitos; agir sobre causas requer paciência e eventuais esforços sustentados temporalmente. Assim, é imprescindível agora universalizado o acesso à escolarização, que se universalize a educação. Sim, pois acesso a algo é distinto e distante do algo em si; existem várias antessalas até a câmara dos reis. Ao que parece, educação mesmo só quando sua caçula escolarização ou formatação, pré-requisito mórbido, tiver dominado o pedaço...
Quanto à medicina, ouso, enquanto vassalo deste sistema, que o papel do médico é emancipar o paciente, ensiná-lo como ser saudável, torná-lo consciente de modo que suas escolhas sejam escola para quem venha a encontrar. Isso tudo no intuito de gerar uma forma de “epidemia” social, uma “vacinação em massa”, mas de saúde, a favor da saúde; lembrando que não necessariamente ir contra a doença significa ir a favor da saúde. Ir a favor de algo é fortalecer este algo em si, é somar e multiplicar; ir contra algo é enfraquecer este algo e talvez algo em si também (pergunte a um oncologista sobre os efeitos da quimioterapia ou ao infectologista sobre os efeitos dos antibióticos sobre as células do corpo e flora bacteriana intestinal), é subtrair e dividir. O médico ou a mídia, quem vai começar a emancipar primeiro? Saúde é Consciência!
O bombardeio de imagens em ação anestesia a imaginação. Imagens em ação e imaginação, coisas tão distintas com sons tão parecidos... Uma vem de fora e distrai, trai o coração e faz crer verdade o que talvez não seja não! A outra é amiga, silenciosa; é corda do alaúde da alma, faz lembrar e acalma além de tônico para a saúde!
Quando a vida se torna um “ganhar tempo” ou pelo menos um “não perder”, os rituais e a relação com a morte perdem sua essência, conforme belamente contado por Michael Ende (Sobre isso veja: Momo e o Senhor do Tempo). Se o risco de adoecer se torna medo da morte, a “prevenção” se reveste de algo maquiavelicamente perverso, conforme Jézéquel em “Memórias de Território”:
“Em nome da “prevenção” realiza-se um verdadeiro terror organizado: rastreio vaginal, mamografias, análises de sangue e testes (Papanicolau), biópsia, endoscopia; todos estes momentos são vividos na maior das ansiedades, como verdadeiras espadas de Dâmocles, cujo veredito pode decidir num instante o futuro da pessoa. Como estes exames devem ser periodicamente efetuados, a pessoa nunca fica descansada e vive em estado de estresse permanente. O medo da morte, que se resolvia culturalmente, tornou-se um verdadeiro maná para a sociedade de consumo. A morte humanizada e ritualizada foi substituída pela morte patológica e hospitalar, no meio de corredores brancos e inóspitos, máquinas frias e tratamentos aberrantes – resultado da pressão de uma medicina onde se misturam interesses políticos, econômicos e ideológicos”.

De fato a temática é corriqueira nas reflexões sobre saúde, conforme:


Muitas doenças decorrem de hábitos de vida (alimentares, comportamentais, psíquicos, emocionais ou mesmo espirituais) que urgem serem transformados. Assim como a vida é transformação contínua a saúde requer movimento interior de transformação e cultivo de bons hábitos. Os hábitos moldam o caráter assim como este o destino. Se há saúde, fortaleçamo-la antes de atacar a doença; reabilitar é fortalecer as habilidades preservadas antes de agir sobre as que carecem. Primum non nocere. Se há morte é porque houve nascimento e se há nascimento e morte é porque há vida; vida é uma rara palavra sem oposto que comporta a oposição essencial do nascer e do morrer. Estamos manifestos na estranheza de um mundo que nos permite definir as descontinuidades nascimento e morte, mas que nos confunde ao tentarmos definir a tessitura do que seja a vida. Se nascimento é alegria e começo de ciclo porque não exercitar a alegria de um final de ciclo, à semelhança do término de uma graduação? Quem sabe a perspectiva da finitude possa nos impulsionar a um viver mais significativo (Ser) e um pouco menos apegado (ter)?

CRIATIVIDADE V

POR: MÁRIO INGLESI
Continuação de:


Dr. Ricardo
Se nada disso importa e seu niilismo social e humano prevalecer preponderantemente, pare para pensar, - acautele-se -, veja o quanto já foi feito pelo animal humano, desde as suas origens, e o inimaginável que ainda ele fará em prol do desenvolvimento e progresso de si mesmo e da sociedade como um todo, apesar de todas as dificuldades e óbices que terá sempre pelo caminho para enfrentar.
Caso se deixar por vencido, ótimo!, mas se tal não ocorrer, faça um mea-culpa e procure aquilatar a sua participação e contribuição objetivas, em todo esse progresso de criatividade, beleza e, em última instância de seu niilismo com os homens, a pátria, a política e a economia, em sua atuação concomitantemente ou conjunta, continuar firme e próspera, - desculpe - procure um buraco de tatu para se esconder, ou procure fixar-se na posição da imagem estatuária dos três macaquinhos: “não ver, não ouvir, não falar”, já que não sabe e, portanto não consegue descascar uma cebola ou, mesmo, promover a retirada das bonecas “russas” uma de dentro da outra.
Verdade… pode ser pura maldade! : “Mas o pior cego é aquele que não quer ver”, dizem as más línguas – sempre elas.
Melhor de tudo, para sair desse sufoco que muitos se encontram, é seguir o conselho do poeta Mário Quintana: (1906-1994)
“Quem abre um livro abre uma janela.”

Em assim fazendo, é certo que. haveria o pensar, refletir e agir de outra maneira, cantarolando:
“Dez vidas eu tivesse,
Dez vidas eu daria.
Dez vidas prisioneiras
Ansioso eu trocaria,
Pelo bem da liberdade,
Nem que fosse por um dia”
“Tiradentes Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri”

Toda essa reflexão sobre a criatura e sua criatividade, talvez seja porque, a “vida não é tão bela assim”, predisse o psicanalista Contardo Caligaris, portanto, nada como torná-la palatável, melhor e muito mais bela de ser vista e vivida. Para isso usando e vivenciando toda a parafernália criativa que perpassa os homens e suas classes sociais, desde o artesanato até a criação mais sofisticada, inteligente, sensitiva e estimulante advinda dos mais diversos setores da vida humana, através dos infinitos suportes que temos e ainda teremos à nossa disposição, com o envolver sempre crescente da nossa inteligência e criatividade, em prol do alcance da pretendida eternidade terrena, como patrimônio nacional.
Afinal, - sabemos - somos múltiplos. Então nada melhor que pormos nossa multiplicidade em ação, para o que der e vier, principalmente no quesito da criatividade cuja característica exclusivamente humana, para então colhermos os louros que porventura vamos fazer por merecer.
Para isso, tente, invente, proponha-se a alçar da sua caixa de surpresas algo que mostre seu diferencial, deixando marcas sociais, talvez, - quem sabe - na linha da produção de alimentos, cuja conquista alterou a face humana do planeta e seus habitantes.
A propósito, já foi deveras comum chamar alguém de “elefante” e complementar: “você não sabe a força que tem…”.
Ainda assim, como os personagens de Beckett, permanecer “Esperando Godot”, esperar por acontecer milagres mostra-se querer ver “chifre em cabeça de cavalo”, nada mais que isso.
É isso, aí! Toda essa digressão – extensa, não? – acompanhada de relação de nomes importantes no mundo da criação, antiga e contemporânea, se alicerça unicamente na valorização do “homo sapiens” e, seu maior trunfo pessoal e social: criatividade humana, pela cultura e na cultura, para felicidade de todos nós e embelezamento deste nosso planeta.
Deixe tudo isso de lado, dê uma boa espreguiçada, tire as teias de aranha que o encobrem e, daí, então tenha em mente algo deveras importante: nós somos também feitores de novos seres humanos e como tais, portadores e criadores de novas heranças culturais, bem como de outros níveis de conhecimento científico e de toda ordem, sob extratos econômicos, políticos e sociais que também ajudamos a compor.
Isso feito, sob reflexão, mas com atenção redobrada, pense no “Sabor da Vida”, e aprenda o saber viver, em favor de um processo civilizador quiçá para si e para todos que o rodeiam, em busca de um mundo cujo compartilhar seja a tônica dominante.
Aliás, João Guimarães Rosa, aduz a dois vibrantes conceitos em Grande Sertão: Veredas:
“A cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar, para o total.”
E, “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.”
Portanto, não basta, para criar, conhecer o “Grande Sertão” é preciso chafurdar em suas “Veredas e se aprofundar, nelas, para melhor conhecer o âmago de seus viventes e melhor entender sua vivência e status.
Com isto, sem dúvida, advirá a criação, em seu substrato mais profundo, pois ela estará alicerçada em liberdade, que, segundo ainda Guimarães Rosa, “é assim, movimentação”.