quinta-feira, 13 de junho de 2013

DIA DOS NAMORADOS




Dr. Ricardo

Como um tsunami, todos os cantos, dos mais recônditos do país, estão sendo invadidos por milhares e milhares de pessoas, com ou sem carros, motos ou bicicletas ou à pé, empunhando cartões e mais cartões de crédito, ou cheques avulsos ou especiais, bem como, em muitos casos, dinheiro vivo, em busca do presente para aquinhoar seus namorados, namoradas, ou aqueles, considerados eternos (as), como costumam considerar os mais velhos e já casados, por pouco ou muito tempo.
Para isso, felizmente foram mobilizados todos os recursos de propaganda, publicidade e merchandising anunciando nos diversos meios de comunicação os mais variados tipos de presentes, em ofertas e mais ofertas que dizem: imperdíveis, em razão de seus preços promocionais, que incluem pagamentos em parcelas a perder de vista.
É o que se pode chamar de “a Farra do Boi”, tamanha a sua adesão às comemorações ao já cultuado Dia dos Namorados e sua idolatria à compra de presentes, sejam estes meras bugigangas oferecidas pelos shoppings populares a céu aberto, ou refinados e sofisticados adereços para os chamados homens e mulheres “diferenciados”, encontráveis em shopping-centers das grandes cidades, ou mesmo em revendedores de carros.
Assim, ninguém está imune de comprar, comemorar e depois mostrar e alardear às escâncaras o que comprou ou o que ganhou. Afinal, todos querem ser mimoseados na data e, por outro lado, todos querem ser denodados por seu carinho e bom gosto e, obviamente, por seu quinhão de bolso farto, ainda que, sub-repticiamente esteja encalacrado em mais um rombo em seu orçamento cujo estofo já se mostrava em dívidas.
Mas, o que fazer? É preciso comprar, mostrar, agradar e mais ainda, ser tido como generoso (a) e ter sua autoestima em franca ascendência, pelo menos, no Dia dos Namorados.
Infelizmente tudo isso é muito ilusório, passageiro, e sem dignificação ou significação, a não ser um mero e grande embuste que serve apenas a quem o promove e se beneficia com esta imensa festa promocional de vendas, como tantas outras que já passaram e ainda estão por vir neste fim de ano.
E mais, se aparenta a um bullying aos sentimentos que envolvem o namoro, e seu doce partilhar, como alegria, entusiasmo, deslumbre, medo, ansiedade e muitos outros que afloram na oportunidade.
É conveniente saber que namoro e sua homenagem estão longe disso tudo, a começar pelos seus principais enfoques: a surpresa, a empatia, o alumbramento, bem como deslumbramento, a vontade de estar junto com o outro, desfrutar de seu olhar penetrante, prazeroso, e cujo entrelace de mãos e abraços, concluídos num roubar de beijo furtivo, mas de todo modo consentido, nos deixa sempiternamente nas nuvens e, sempre a querer que ele seja duradouro, infinito, ainda que passageiro e fugaz.

“Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
...
(Carinhoso, Pixinguinha)

Convém sempre ter em mente que a primeira namorada (o), “a gente nunca esquece”, uma vez que ele (a) se fixa na memória e, vez ou outra, é lembrada – sim - como um instante passageiro em nossas vidas, mas também como um marco de plenitude partilhada, emocional, física e etérea.
“Minha amada, mais amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer”

(Minha Namorada, Vinícius de Moraes)
ou
...

“Eu sem você
Sou só desamor
Um barco sem mar
Um campo sem flor
Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você meu amor, eu não sou ninguém.”

(Samba em Prelúdio, Vinícius de Moraes)

Mas, pra que desesperar, entrar em tristeza sem fim. Não carece, não! Tome para si as verdades de Guimarães Rosa:

“Nem adeus e nem conselho
buriti não quis me dar:
quando um amor vai morrendo
tem outro amor por chegar…”

Praza aos céus “os namorados”: deles é o reino da réstea de vitalidade em felicidade pulsante, mas sempiterna, que emoldura e nos envolve neste nosso Planeta, tal como, sintetizado nos versos:

“Se eu pudesse, por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção”

(Falando de amor, Tom Jobim)

Etéreo, sadio, e de certo modo abstrato e talvez único, namoro e seus sujeitos são o que são, não precisam de documentos, como RG, CPF, CEP, PIS e tantos outros que nos cercam à identificação. Ele se basta a si próprio para individualizar-se e marcar presença

Abraços do Mário Inglesi.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

TARDE COM SAÚDE




Em meu exercício diário de Saúde, hoje à tarde encontrei a Sra. Helena Strama de Almeida Leme, progenitora do narrador. Sentados ao final de uma salada de frutas ela e uma salada de vegetais eu, lancei o desafio: nós geminianos temos muita facilidade de comunicação, regidos pelo Hermes grego – Mercúrio romano, talvez haja um porquê. Já pensou em escrever poesia? – Não nunca. Pois então vai ser agora! Empresto a você esta caneta que trago comigo, acredite, ela é mágica!
Ela acreditou e escreveu:
A vida (7/6/2013) – Mãe – Helena S.A.L.
A vida é bela quando ela não se torna amarela...
O céu é azul, o ar é incolor
É bom quando a gente não sente dor...
Viver só, não tem graça;
é tão bom quando a gente vê muita gente que passa...
Gostei do passeio; principalmente hoje que o dia não está feio...

          E eu gostei e escrevi, com a mesma caneta:
A vida (07/06/2013) – Filho – Ricardo J.A.L.
O umbigo do nenê liga ele onde ninguém vê.
Olvida aquele que não ouve ou vê.
Ouvir e ver a vida é a parte que pode ser resolvida.
O avesso inexplicado, todo o resto.
Que restão!
Nunca vi resto maior que a solução!
Não soluce solucione
A vida ri! Ri cardo.
          E assim foi a tarde, com saúde...
                                                       

EVENTO - CUIDADOS INTEGRATIVOS


terça-feira, 4 de junho de 2013

ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE I




“Seja o seu alimento seu medicamento e seja seu medicamento o seu alimento”

Hipócrates 2500 anos atrás



“A quimioprevenção por intermédio de ingredientes fitoquímicos comestíveis é doravante considerada um enfoque simultaneamente adotável, facilmente aplicável, aceitável e acessível para o controle e a gestão do câncer.”

Surh YJ. - Revista Nature Reviews Cancer 2003 (2500 anos após Hipócrates!!!)



      Demorou 2500 anos para a revista Nature, em palavras rebuscadas, parafrasear o patrono da medicina, por quem os formandos juram quando de sua formatura. Claro que discretamente fazendo menção à doença, um detalhe que inspira o temor do leitor e dessa forma desperta sua atenção. Preste atenção, amigo desconhecido, a tudo o que desperte seus temores e com arte e maestria, invista algum tempo desarmando estas minas, antes que elas machuquem alguém...

A alimentação é um dos pilares fundamentais da medicina da saúde. Nas escolas, atuais berços do humano do futuro, local sagrado onde já se trata, entre outros assuntos, até de educação sexual, causa estranheza o fato de não haver uma disciplina que oriente sobre educação alimentar. Por incrível que pareça, é na alimentação da criança que o processo crônico de adoecimento principia. Obesidade, hipertensão arterial crônica, diabetes tipo II e mesmo os transtornos de dificuldade de atenção cada vez mais frequentes nas crianças, podem ser evitados na sala de aula! Os filhos do açúcar e de seus irmãos brancos desde o leite aos refinados, em forma de sal, farinha e arroz branco, podem se beneficiar muito das recentes descobertas da ciência da nutrição. Para começar, um passo por vez, a simples mudança do arroz branco para o integral já seria suficiente para uma transformação inimaginável para a saúde do brasileiro. Veja neste link quantos nutrientes se escondem na fina casca do arroz integral, base da nutrição saudável:




Nós, as pessoas, precisamos auxiliar a fragilidade do legislador e sua caneta, reféns da conveniência e eventuais expressões da conivência. Um brasileiro bem alimentado, com as vitaminas do complexo B (presentes na casca do arroz integral), que fortalece o sistema nervoso e seus neurotransmissores, certamente vai pensar melhor e ser mais útil para a nação.

Hoje a ciência convencional é tida pelo “poder vigente” como autoridade mor em ditar a cartilha do que é certo ou errado, do que é bom ou ruim para as pessoas. Silenciosa, a “outra ciência”, tradicional, portadora da sabedoria milenar da raça humana, caminha em paralelo amparando aqueles que em seu tempo se apercebem da profunda interconexão existente entre o macro e o microcosmo. Infelizmente ou felizmente para alguns, nosso tempo existencial terreno, cerca de 90 anos, é insuficiente para nos apercebermos da fragilidade de alguns dos sistemas de valores que sustentam a organização social. O mesmo vale em relação a interesses ocultos sob o manto da invisibilidade midiática e seus representantes simpáticos que sempre portam nas mangas soluções e propostas de efeito em curto prazo e de fácil acesso. O prejuízo decorrente de nossa desatenção recai invariavelmente sobre aqueles de nós, que na escassez de tempo para pesquisar e vítimas de uma educação carente, tornam-se consumidores inconsequentes ou ainda pior, INCONSCIENTES!

Vale ver como o professor Lair Ribeiro aborda o assunto:

 

Uma alternativa válida na direção de resgatar o pensar, atualmente anestesiado, está no redimensionamento de alguns pares de opostos de difícil, senão impossível, reconciliação, por exemplo: educação e seu oposto complementar, a escola (vide o trabalho do filósofo Ivan Illich (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Illich) e do expoente brasileiro Paulo Freire (http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/); e a religião e seu oposto complementar, o templo. O colírio da reflexão viva auxilia o despertar do discernimento, assim temos que “Templo é dinheiro” e que “Tempo é religião”, mas em algum ponto alguém descuidadamente abreviou: “Tempo é dinheiro” e muitos desde então se perderam do caminho da nutrição interior, da alma, em função de uma dedicação quase que integral a uma nutrição exterior, da lama. A consciência alimentar, de alma ou de lama é fundamental na compreensão do estado de realização pessoal em que você se encontra.

      Eu concordo com Hipócrates em que a alimentação seja o princípio fundamental da saúde, visto se tratar da prescrição diária, ou o pão nosso de cada dia, em meu caso três vezes ao dia; vinte e uma vezes por semana; noventa vezes por mês; mil e noventa e cinco vezes por ano; Você já pensou nisso?

EVENTO - EMBRIOLOGIA SOB A VISÃO GOETHEANA