segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O PODER DOS MANTRAS – A MENTIRA PESSOAL


EU NÃO: SOU DESEJADO, TENHO VALOR, SOU DO SEXO CORRETO, MEREÇO SER AMADO(A). MACHUCO OS OUTROS, SOU FEIO(A), SOU BENVINDO(A), SOU CAPAZ

Como começa todo este processo? Bem cedo...
Durante a gestação, o ser humano passa pela experiência da entrega, de ser construído, sem interferência. Ele simplesmente é!
A perfeição desse processo do criativo divino é reconhecida no momento do nascimento, na gratidão de todos pelo “presente”. Mas logo diferentes interesses religiosos, educacionais e comerciais - assumem o novo Ser e decidem ditar como as coisas devem ser.
Assim, o Ser progressivamente passa a ser negligenciado em favor de sua contraparte, o Ter, à semelhança do conceito Freireano de Educação Bancária, segundo o qual, conteúdos são levados à criança do mesmo modo que se deposita dinheiro no banco.
Com esse deslocamento rumo ao mundo da ambição, começa a jornada de separação, de afastamento da consciência divina e da adoção de valores ditados pelo ego, originados e reforçados à exaustão por diferentes fontes. Interiorizadas, estas “verdades” determinam a forma como se vê a vida, uma propensão rumo ao bem-estar ou à enfermidade, à pobreza ou à prosperidade.
O mais trabalhoso de todos os mantras negativos é a denominada “Mentira Pessoal”, identificada em práticas terapêuticas do Renascimento (Rebirthing). Trata-se do “pensamento-crença-sentimento mais negativo ou limitante que uma pessoa pode ter sobre si mesma e sobre o Universo e que permeia toda a sua vida, de forma inconsciente”.
É o mantra negativo que geralmente se cristaliza no corpo no momento do nascimento, projetando-se na vida e interferindo no roteiro da mesma. Ele pode começar na própria sala de parto quando os presentes emitem pensamentos como “A vida é difícil e dolorosa” ou “A vida é uma luta”, que são impressos sobre o corpo do bebê associados à sua primeira respiração.
Esse tipo de mantra ou crença também pode se instalar durante a gestação, caso a concepção não tenha sido desejada, se houve intenção de aborto ou mesmo se os pais desejam uma menina e nasce um menino. Ele é tão doloroso que o novo ser reduz o ritmo de sua respiração para não entrar em relação, mas ainda assim, o pensamento se integra à memória celular e cria padrões de comportamento, que só serão superados por meio do mecanismo de compensação.
Sabemos pouco, talvez nada, a respeito da psicologia da concepção, assim como sobre os efeitos que a intenção contida na relação sexual possa ter sobre a informação impressa no conjunto óvulo-espermatozoide (Zigoto). Afinal, o encontro óvulo-espermatozoide é puramente físico ou o ambiente que o envolve e permeia tem algum papel em termos informativos? Vale a pena, nesse sentido, conhecer o trabalho do neuroanatomista artístico Alex Grey, especialmente “Os Espelhos da Capela Sagrada”, que mostra artisticamente a representação dos corpos suprafísicos do ser humano.
Ser concebido fisiologicamente onde o encontro do óvulo com os espermatozoides se dá entre superfícies íntegras e arredondadas que se tocam pode conter informação diferente daquela que ocorre quando o óvulo é inoculado por uma agulha de punção? O ato sexual pode ter alguma qualidade de informação diferente daquela que ocorre "in vitro"? Discute-se muito sobre sexualidade, legalização do aborto em situações de violência sexual, sem que nos apercebamos que a própria inoculação do óvulo pela agulha apresenta ressonância simbólica com o ato violento do estupro.
Opiniões à parte é fundamental que nos conscientizemos desses “pequenos” detalhes, visando sempre a melhoria em nossas escolhas. O fato de uma pessoa não conseguir engravidar é um obstáculo a ser transposto a qualquer custo ou pode conter alguma outra informação sobre a história particular de vida da pessoa? Enfim, você acredita que a vida repousa sobre o acaso ou sobre um mistério tremendo e fascinante?
Do mesmo modo que um terreno é preparado para o plantio de determinadas culturas e impedido de permitir o crescimento de outras, também o ato primordial carece de melhor compreensão relativa à natureza das forças criativas assim como da importância ou não do ambiente em que a concepção ocorre. É custoso crer que não haja diferenças informacionais entre seres concebidos naturalmente, seres concebidos em situações de estupro e seres concebidos após fecundação "in vitro". Situações ainda sem resposta, mas que merecem ser pensadas.
Um bebê afastado de sua mãe após o parto pode interiorizar afirmações como: “Não me querem” ou “Não mereço ser amado”. Como compensação ao diálogo interno negativo, ao crescer, faz de tudo para obter amor e cria vínculos de dependência. Ou então, se afasta das pessoas e evita situações de intimidade, que realcem sua vulnerabilidade e receio de não ser amado.
A mentira pessoal e sua compensação costumam induzir à escolha de uma profissão determinada. Assim, um parto doloroso para a mãe, que faz o bebê interiorizar o mantra “Minha presença machuca os outros” pode levá-lo futuramente a escolher profissões onde possa aliviar a dor de outras pessoas. Outro que se sente feio ou não desejado pode optar por profissões ligadas à estética ou à beleza. Já aqueles que memorizam “Eu não tenho valor” podem apresentar a tendência a se transformarem em executivos bem-sucedidos, mas que alternam êxito com auto sabotagem.
Até que essa mentira seja sanada somos incapazes de nos integrar a Deus e ao Universo, visto ser determinante da forma pela qual criamos e interpretamos a realidade.

O PERFIL DA PESSOA IDOSA


Por: José Geraldo Macedo Meireles - Psicólogo.


Sei que traçar o perfil da pessoa idosa é tarefa complexa. Conforme minha experiência clínica, percebo que demonstrando jovialidade e estado de espírito saudável, a pessoa idosa indaga, com serenidade, se vale a pena continuar a viver; sonha; dispõe-se a aprender; pratica esporte ou, de alguma forma, exercita-se; sente e compartilha o amor; em seu calendário, há amanhãs; por ter tido experiência, alegra-se; tem os olhos postos no horizonte, e a esperança pulsa forte; usufrui o que a vida continua oferecendo-lhe; dialoga com a juventude e procura entender os tempos novos; sente que o tempo passa rápido. E a velhice não a perturba, é capaz de indignar-se, não reprimindo a agressividade que é o combustível da ação, negar esse combustível, reprimindo-o, é nocivo e prejudica a saúde, mas é fundamental pensar.
 Alio-me a John Barrymore - ator inglês - a pessoa envelhece, quando os lamentos substituem os sonhos.
Já a pessoa com outro perfil - sem jovialidade - diz, em geral, que não vale mais a pena o viver; distancia-se dos fatos e do convívio; já não ensina; é ciumenta e possessiva; dá prioridade à inatividade; em seu calendário só se destacam ontens; carrega o peso dos anos e transmite pessimismo às gerações novas; volta-se para os tempos que se passaram e neles se apega com amargura; sofre pela aproximação inevitável da morte; recusa-se a perceber e aceitar os tempos novos; cochila intensamente em sua vidinha, e as horas arrastam-se, destituídas de sentido; o tempo não passa, e o tédio torna-se fardo muito pesado; reclama de tudo, mas não questiona; contém a agressividade, por isso, também adoece.
 Na certidão, essas pessoas podem ter a mesma idade cronológica, mas o que têm mesmo são idades diferentes em suas almas. Algumas rugas transmitem serenidade e paz, porque marcadas pelo sorriso; outras, inquietação e angústia, porque vincadas pela lamentação.

Referências

In Poemas, Contos e Crônicas - UDESC Florianópolis, 1996.
PESSANHA, A.L. do Divã. Ed. Casa do Psicólogo; São Paulo, 2004.
MUNARO, Júlio Pe. - Saber  Envelhecer.

SOBRE A ASTROLOGIA E SUA COMPREENSÃO


“Falo e respondo enquanto não sou.
Quando souber, não mais.
Porque então não será mais preciso.
Néscio ainda acredito em explicações.
Quando não souber então serei; e quando for, não será mais preciso saber,
Apenas caminhar.”


            A astrologia representa uma “conversa” entre duas naturezas (humana e divina) e o mapa astrológico, um tabuleiro, onde pode ser observado o plano para o nascimento da natureza divina no humano. A distribuição zodiacal com seus doze signos mostra como as forças divinas (suprafísicas) se manifestam no plano terreno (físico); a distribuição das doze casas sobre as quais os signos se distribuem mostra a forma como aquele ser se constitui, assim como ele dispõe de suas potencialidades naturais.
O mapa astrológico é uma representação arquetípica da manifestação física e auxilia na compreensão de como o sistema de veículos (físico, etérico, desejos e mente) estão alinhados entre si, além de sugerir simbolicamente o estado da relação personalidade, alma e espírito em cada indivíduo (vide roda da fortuna).
Desta observação deve nascer o interesse em comparar e meditar seu mapa natal (natureza humana) com o mapa zero Áries, uma nuance do divino na linguagem astrológica, entre outras. Na interação ou no atrito entre estas representações surge uma janela de possibilidade para o nascimento do indivíduo na plenitude de seu potencial.
Existem livros que explicam ao estudante os símbolos e os valores básicos que estruturam o pensar astrológico cotidiano e convencional. Estes livros são muito importantes para um primeiro contato e seus potenciais.
No entanto, a própria astrologia parece ser estrutura viva que evolui conjuntamente ao humano, seu co-criador. Ela é ferramenta bastante interessante para aprofundar-se em questões pessoais existenciais. O seu aprendizado pode ocorrer em grupos, aulas e cursos, mas a interpretação do tema de cada pessoa é território sagrado a ser palmilhado individualmente e apenas na medida da capacidade que a pessoa tenha aprendido a ver por si só. A sugestão de evitar o olhar alheio decorre de não sabermos a condição evolutiva de quem encontramos no caminho, sendo que cada um interpreta segundo suas próprias concepções. Do mesmo modo que a baleia não cabe na gaiola de um pássaro, alguns seres não caberão nas interpretações de seres de “menor porte”. De fato, não é possível saber o tamanho da consciência bem como do alcance espiritual dos outros seres com quem interagimos.
Por isso se torna importante o estudo concomitante das mitologias, das filosofias, da história do mundo; tentativas de contornar abordagens técnicas e materialistas sobre o fenômeno vida – manifestação ímpar de cada ser, com sua peculiar missão existencial.