Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim: um dia, muito tempo antes de
muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as
minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia
confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas
cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos
ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns
correram para casa, com medo de mim e quando cheguei à praça do
mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
"É um louco!"
Olhei para cima, pra vê-lo. O sol beijou
pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face
nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais
minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
"Benditos, benditos os ladrões que
roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em
minha loucura: e a segurança de não ser compreendido, pois aquele
desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
(Khalil Gibran)
Antes a natureza, depois, o resto, a sociedade .Sentir o mundo nö fundo da alma, é Como nascer consciente das maravilhas da vida!Como é bom viver COM pureza nö coraçāo, pouco se importando, Como o vêem:Louco ou nāo!Abençoada vida....E Viva a vida, e um beijo para as margaridas.Cada assunto importante, no seu Blog Ricardo!parabéns .Ser um pouco louco neste mundo louquíssimo é uma loucura agradável.....
ResponderExcluirComo diria o filósofo Espinosa, cada um de nós somos singulares e seres de potência. Se cada um é único, como pensar nas dicotomias normal e anormal; igual e diferente. Se cada um de nós tivesse a liberdade de ser o que é, todos nós temos a nossa loucura. Os chamados loucos são mais livres do que os chamados iguais, Guga Dorea
ResponderExcluirQue gostoso, lançar uma idéia e aprender com o eco generoso de quem a partilha...
ResponderExcluirE esse eco só existe por sua causa, que é quem nos instiga com este blog cheio de propostas e comentários que nos obrigam a querer partilhar com você e com os comentadores. Quanta coisa bacana pra se discutir na vida!!!... Mesmo que as ideias à vezes sejam discordantes, elas são vistas e discutidas de alguma forma e é isso que promove o crescimento.
ResponderExcluirParabéns e vamos enlouquecer um pouco, olhar para o sol e deixá-lo beijar a nossa face também.
Abração
Que caiam as máscaras! Quem sabe nesse tempo de mudança e nesse futuro breve os desmascarados possam se expor mais e mais...
ResponderExcluirPara os que seguem os ensinamentos da Kundalini Yoga, já comemoramos a chegada da era de aquário no calendario da Kyoga.
ResponderExcluirUma das idéias que temos sobre a era é que as máscaras vão cair cada vez mais.
Inclusive alguns estão praticando uma meditação de 31 minutos diários para ajudar a desfazer nossas máscara.
Agradeço essa história, que veio em um momento muito bacana.
Abração, meu amigo. Rodrigo Yacubian
Boa Noite!
ResponderExcluirGrande amigo
Que reflexão, curiosa. O homem tem a necessidade de sempre catalogar, e quando não encontra explicação lógica se perde,antes de se perder tenta justificar. Quem é louco? Quem é normal?
O homem é um ser em construção,em evolução.
Bom se loucura é ser livre,leve, espontâneo, sem reservas, sem medo... então qual a necessidade de ser normal!Viva a loucura.
Abraços
Adorei, Ricardo! Nada como viver conectados à nossa própria essência!!!Apenas ainda preciso refletir sobre o final do texto: "aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós"?
ResponderExcluirGrande abraço, Chris
"Aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós". O cansaço também não escraviza pela solidão de não ser compreendido? O cansaço e a solidão também enlouquecem, mas de um jeito não tangível pelo sol. Obrigada pela claridade que estimula o pensamento, sol maior.
ResponderExcluirDaniela
Amo Gibran!...Parabéns pelo Post...muito oportuno nos dias de hoje! Bia.
ResponderExcluirAcho que é alguma coisa assim: ser compreendido por alguém é uma forma de ser possuído, ser tido por esse alguém. Nessa medida nos tornamos escravos do outro. Escravidão diferente, mas que para as almas sensíveis se faz sentir à semelhança da gravidade que permeia indistintamente, mineral, vegetal, animal e humano; mas preserva os anjos que sentem o que sentimos, mas mais...
ResponderExcluirO eminente filósofo brasileiro H. Rohden trata isso assim:
“Pode o homem ser escravo daquilo que não possui – e pode ser livre daquilo que possui. Não há mal em possuir – todo o mal está em ser possuído”
Muito lindo ver quem vive preso na escuridão se libertar porque só existe liberdade quem está a caminho da luz.
ResponderExcluirParabéns...