POR: DULCE MORON
Luz que dá gosto ver
sem que a sombra
assombre.
Nuvens cinzas, cor de chumbo,
caminham lentas para o oeste.
Vento manso no cimo das árvores
finda a tarde no voo lento.
Muitas antenas eretas apontam o céu,
lugar calmo, de contaminar a gente.
Logo abaixo, nos prédios muitos,
inúmeras janelas abertas ou fechadas.
Varandas voltadas para tantas outras.
Céu e solo.
Pessoas, nenhuma.
Só revoam em aviões.
Hora do banho ou do jantar.
Horizonte desenha dentes.
Horário de verão a esperar.
Semicírculo distante de mais prédios
pequeninos nesta linha longe
onde a terra encontra o céu.
Ainda há luz no oeste
sobre mar de nuvens leves,
rubras a vagar.
Imagino aromas:
Manjericão, alecrim,
rosas e jasmim.
Sinto e logo penso
Vejo e logo sinto
Sinto e logo crio
Escrevo
sem ponto
final
Em 14/11/2012, Dulce
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