POR MÁRIO INGLESI
SOBRE: http://saudeconsciencia.blogspot.com.br/2012/11/o-estranho.html
Dr. Ricardo
Talvez seja
preciso chamar os órgãos de segurança. O tal autor desconhecido, ataca
novamente, usando, é certo, armas envelhecidas, mas ainda de certa
periculosidade, uma vez que apontadas para nossos aparelhos de entretenimento,
de uso frequente, e, impossíveis de serem descartados, a não ser por outros
mais novos, mais potentes e com recursos de última geração.
Para dizer o
mínimo, desculpem-me seus leitores, mas
o texto é raso, cheio de boas intenções, mas de pouca reflexão. Ora, talvez o
autor não saiba, mas de boas intenções o mundo está cheio – podemos dizer até,
sobrecarregado em demasia. Não passa disso, boas intenções. E pior,
envelhecidas, retrógradas e inócuas.
Em pleno
século XXI, falar mal da televisão, de seus efeitos deletérios e deseducadores,
e ainda, estender tal falação a outros aparelhos - de implantação ainda
recente, mas de alcance fabuloso para a melhoria de nossa vida e de nossa
comunicação, é sem dúvida manifestar-se como um “natimorto”, de quem ficamos
condoídos de sua situação, vertendo talvez algumas lágrimas, apenas isso, pois
nada há que fazer. É assunto encerrado.
Para isso
não acontecer seria preciso fazer-se antes um bom pré-natal, providenciar a
ingestão de comida realmente saudável, e tantas outras medidas que favoreceriam
não só um bom parto como um nascimento adequado, e sempre esperado.
Mas, no
caso, é certo que exageraram em tudo. E, o que é pior, vendo a vida apenas
através de lentes inadequadas, que desfiguram tudo que vêem. E, mais, fazem
prejulgamentos apressados e, na maioria das vezes, maléficos e inapropriados no
tempo e no espaço esquecidos, obviamente, de que “a perfeição é tão somente uma
meta.” E mais, se há correções a serem feitas, que se façam, e não apenas
condenem o que está feito ou sendo feito.
É preciso
compreender – e sempre - que se há males – é preciso denunciá-los, para
saná-los, mas, atacando a esmo, sem precisão do alvo a ser realmente atingido manifesta-se
fator improdutivo.
É preciso
ter em mente que muitos dos males que pululam por tais aparelhos de comunicação
e ganham status, correm por nossa falta de discernimento na escolha do que
precisamos e devemos ver, fazer ou, acolher.
Coisas boas,
mesmo no campo do entretenimento, há, e muitas.
Às vezes, não são melhores por certas injunções econômicas e comerciais,
que não ousamos atacar. Além disso, há o célebre controle remoto, o botão de
desligar. Existem, ainda, as TVs por assinatura, a internet, e tantos outros
modos para valer-se de entretenimento, poupando o cérebro a espaços vazios para
coisas saudáveis e de melhor serventia.
É preciso
também convir, que toda a parafernália de aparelhos que nos cercam vieram para
ficar e, sem dúvida, serão aperfeiçoados ou substituídos por outros ainda mais
potentes e de última geração, sempre em
favor do nosso lazer, entretenimento e, mais ainda, em favor das facilidades
de melhoria de vida, trabalho e usufruto.
Outro
aspecto que chama atenção no texto é a preocupação pueril com os palavrões. Eta
coisa mais démodé. Os palavrões fazem parte da vida cotidiana do povo, e mais, hoje
em dia, eles perderam até o estigma de fealdade em pronunciá-los, assim como o
senso pejorativo que o abarcava. Hoje, tornou-se palavra corriqueira
configurada em dicionários e enciclopédias e dita em todos os lugares e em
todas as rodas, sem quaisquer vislumbres ofensivos.
Portanto,
caro ilustre desconhecido, que tal por os pés no chão e olhar ao seu redor sem
os atropelos presunçosos eivados de preconceitos – estes sim maléficos e
perpassados de ignomínia, que as futuras gerações, sem dúvida, tudo farão por
ignorar, felizmente.
Mário Inglesi
Querido Sr Mário!
ResponderExcluirGratidão pela ressalva, sempre bem vinda!
Acrescento apenas a título complementar, em favor da síntese, algumas palavras do humanista Erich Fromm na curiosa obra, escrita em 1941 "Escape from Freedom" e traduzida, entendo, indelicadamente como "O medo à liberdade", do capítulo: "Liberdade e Democracia". Como diz o ditado italiano "tradutore traditore" (tradutor é traidor).
"Outra maneira de paralisar a capacidade de pensar criticamente é a destruição de qualquer tipo de imagem estruturada no mundo... - Cada fato é somente outro fato e tudo o que interessa é se sabemos mais ou menos... - A notícia do bombardeio de uma cidade e da morte de centenas de pessoas é imprudentemente seguida ou interrompida por um anúncio de sabonete ou de vinho. O mesmo locutor, com a mesma voz sugestiva, cativante e peremptória, que acaba de usar para nos impressionar com a seriedade da situação política, agora infunde em seu auditório os méritos de uma determinada marca de sabonete que paga a irradiação do noticiário. Jornais cinematográficos apresentam cenas de navios torpedeados seguidas de um desfile de modas. Os jornais descrevem ideias frívolas ou os hábitos alimentares de uma debutante, gastando o mesmo espaço e empregando a mesma seriedade que dedicam ao relato de acontecimentos de importância científica ou artística. Devido a tudo isso, deixamos de nos relacionar genuinamente com o que ouvimos. Deixamos de ficar alvoraçados, nossas emoções e nosso juízo crítico se atrofiam, e nossa atitude face ao que vai pelo mundo acaba assumindo um caráter de prosaísmo e indiferença. Em nome da "liberdade", a vida perde toda a sua estrutura; ela se compõe de muitas peças pequenas separadas umas das outras e desprovidas de uma idéia de conjunto..."
Forte abraço acompanhado dos votos de felicidade e sorte!
Dr. Ricardo
Bom dia!
De pleno acordo com as suas observações. Mas, de todo modo – como diria o policial, peremptoriamente, “Teje Preso”
A TV não passa de um veículo de massas. Dela não se deve esperar profundidade ou reflexões, mas apenas informações rasas e entretenimento barato e fácil.
Por sinal, está coerente com os dias atuais, onde o excesso de informação impera em quase todos os meios de divulgação, seja isso prescindível , inócuo, exagerado ou não.
Da mesma forma está em conformidade com o poder público e seus interesses políticos, que distribui suas concessões a granel e disso tiram proveito em horas de eleição.
Além disso, haveria, no caso, discernimento de escolha e, para tanto cultura, educação. Mas, mesmo nesse particular, a maré é vazante.
Portanto, caro Dr. não gaste vela com tal defunto.
Se precisar alguma coisa do xilindró, estou à disposição,
Abraços
Mário Inglesi
18.12.2012
Sr. Mário!
ExcluirCreio que seja isso, uma esperança de profundidade e reflexões!
Guardo minhas velas,
Deixo o "defunto"
Vazante e razante
Te ver sem Ser
Imagem em ação
Outrora imaginação
O medo à esperança
As massas e os "assunto"...
De xilindró e policial
Basta o J. nacional
E prô natal: mais "presunto"
Abração com gratidão
Ricardo Leme
18.12.2012
Muito profundo e real é bom para refletirmos sobre nossos atos com o mudo de hoje.
ResponderExcluirObrigada por me elucidar cada dia mais.
Meu ano da guarda!
Beijos.
A tecnologia não é boa ou má, ela apenas existe. Os homens é que decidem o bom ou mal uso que farão dela, alias como todo o resto na nossa vida! Apenas ampliando nosso nivel de consciencia é que podemos discernir como utilizar a tecnologia para nossa evolução. Sem ela não estariamos conversando neste blog,
ResponderExcluirBjs a todos
Cris
Pensar na televisão como mero divertimento é deixar de lado a questão fundamental da vida: "Para que viemos? ou Quem sou eu?"! Não viemos ao mundo pelo lazer. Viemos?
ResponderExcluirA vida é feita de reflexões! A televisão invade a casa das pessoas apenas preenchendo lacunas. Ah... as lacunas...! Como são imprescindíveis na nossa vida! Como o barulho da televisão impregna as almas de vacuidade!
Temos sim que verbalizar a fraqueza da televisão! Calar-se seria muito egoísmo, pois não basta sabermos dos seus malefícios e apenas nos privarmos dela! Temos que expressar nossa percepção ao mundo, já que sua grande maioria ainda precisa se distrair...
Aprendendo a assistir cenas de violência, abuso, agressão ou sensacionalismo com prazer, a alma perde uma porção de humanidade. E o que o mundo mais precisa hj é olhar para o seu lado humano!
Estou com vc Ri! Alguém tem que falar, alguém tem que começar! Avisar um ou outro pode parecer pouco, mas como diz Krishnamurti: "ainda assim é suficiente para mim, pois o rio começa, nas altas montanhas, como um pequeno córrego, solitário e distante, mas vai ganhando forças e se transforma em um imenso rio. Assim, devemos começar com muito pouca gente."
Bjs
Irmã
O acesso a tecnologia está aproximando as pessoas virtualmente e distanciando-as presencialmente, em muitos casos.
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