sexta-feira, 1 de março de 2013

SOBRE A LUZ I - VENTO SOLAR E AURORAS

Por:
- Maria Paula Teixeira de Castro - Bacharel e Licenciada em Física pela USP
- Ricardo José de Almeida Leme - (Aluno)




Representação esquemática: Vento Solar e efeito sobre a Terra
 

De tempos em tempos o Sol emite radiações em grandes quantidades após explosões gigantescas que ocorrem em sua superfície. As manchas solares, que correspondem às regiões destas explosões, vêm sendo sistematicamente observadas e estudadas desde a época de Galileu Galilei.  Tais explosões, lançam no espaço uma enorme quantidade de partículas formando o que se chamou de vento solar. Ao atingir a Terra, este atua sobre ela, modificando seu campo magnético. O espetáculo de tal interferência pode ser observado por nós, na superfície da Terra, nas regiões próximas aos pólos. Ali, a maravilha das auroras austrais e boreais coroam de beleza os extremos do planeta “água”.





A luz transmite informações quantitativas sobre distâncias de planetas assim como suas qualidades astronômicas que envolvem cores, albedo, velocidade de rotação, translação, informações no campo da ciência convencional, até informações que nos impulsionam para o imaginário qualitativo mitológico com seus simbolismos peculiares. Claudio Ptolomeu foi o cientista que primeiro organizou e compilou tudo o que até então era conhecido sobre a astronomia e sobre a astrologia, em duas grandes obras, respectivamente o almagesto e o tetrabiblos, referências históricas importantes e consultadas nos dias de hoje.

Nestes tempos em que o sol está com sua atividade aumentada, conforme notícias recentes, uma pérola compartilhada por uma amiga física, sobre o campo magnético terrestre, suas anomalias e seu efeito sobre as radiações provenientes do Sol de nosso sistema solar, se segue:



Anomalia Magnética no Atlântico Sul

Maria Paula Teixeira de Castro - Bacharel e Licenciada em Física pela USP

O estudo das forças da natureza é dividido atualmente, pela ciência, em quatro partes, cada qual relacionada a uma das quatro forças que hoje se atribui existência: Gravitacional, Eletromagnética, Nuclear Forte e Nuclear Fraca.

A força eletromagnética é estudada pelo eletromagnetismo, que trata da interação entre as cargas elétricas e magnéticas. Um exemplo corriqueiro do eletromagnetismo são os imãs. Dentro do estudo do eletromagnetismo existe uma parte, que se refere ao magnetismo da Terra, o planeta em que vivemos, o chamado geomagnetismo. O magnetismo terrestre ou geomagnetismo pode ser facilmente constatado através do uso de uma bússola, a qual sempre aponta para os pólos norte-sul do campo magnético em que se encontra. A bússola sempre foi um instrumento comprovadamente útil, orientando o homem na Terra em suas incríveis jornadas, graças à particularidade de orientação do campo magnético terrestre.

Entretanto esse campo varia de intensidade ao longo da superfície terrestre e a bússola não é capaz de medir essa variação, ou seja, indicar onde ele é mais forte ou mais fraco. Para isso precisamos de um instrumento mais moderno chamado magnetômetro.

Essa variação é objeto de estudo dos astrônomos, geofísicos e biólogos. Os primeiros, para estudar interferências nas radiocomunicações com satélites e naves espaciais que enviamos para o espaço; os segundos para tentar chegar às origens do magnetismo terrestre, ignorada até hoje; e os últimos para explicar o comportamento de certos seres vivos em relação a esse campo. Pesquisas recentes mostram que alguns animais se utilizam desse magnetismo para se orientar, como se tivessem bússolas internas. É o caso dos pombos correio, das formigas e de algumas bactérias. Isso é realmente incrível, pois a intensidade do campo magnético terrestre é cerca de 20 vezes menor do que o de um imã de geladeira!

O curioso é que esse campo magnético da Terra, apesar de muito parecido com o de um imã gigante, não é uniforme, como seria o de um imã, ele varia de intensidade conforme o lugar e a época. Há grandes regiões uniformes e pequenas regiões que formam verdadeiros “buracos”: as chamadas anomalias magnéticas. Uma delas é a região que abrange os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e parte do Oceano Atlântico, a chamada Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Na AMAS a intensidade do campo magnético terrestre é menor do que a metade da intensidade encontrada nas outras regiões.

Mas qual seria a conseqüência disso? Bem, a atmosfera da terra, essa enorme capa de partículas que envolve nosso planeta, é  formada por várias camadas com características distintas. Quanto mais longe da superfície terrestre, mais rarefeito se torna o ar, pois a gravidade vai diminuindo, até que chegamos ao meio interestelar. (O grande espaço que há entre os corpos celestes não é realmente vazio, mas sim preenchido por gás e poeira com uma densidade muito baixa: aproximadamente 1 átomo por centímetro cúbico. Isso é, 30 quintilhões (30.000.000.000.000.000.000) de vezes menor do que próximo da superfície terrestre!)

As camadas da atmosfera possuem, portanto, características específicas. A mais externa delas possui partículas carregadas chamadas de íons, que são partículas eletricamente carregadas. Sendo assim, esses íons são altamente influenciados pelo magnetismo terrestre. Nas regiões de maior intensidade do campo magnético, esses íons formam como quê um “escudo” protetor. Por isso podemos imaginar que em volta da Terra há uma verdadeira capa que protege a superfície terrestre da ação dos raios vindos do cosmo, principalmente aqueles vindos da nossa estrela mais próxima, o Sol.

No entanto, nas regiões de menor intensidade como a AMAS, haveria maior penetração dos raios cósmicos uma vez que ali os íons não formariam um escudo protetor. É de se supor, portanto, que nessa anomalia magnética sob a qual está o Brasil, seus habitantes estariam sujeitos a uma maior intensidade de raios cósmicos!! Isso pode trazer conseqüências diversas para todos os seres vivos que habitam a região bem como para o clima. Fica ai a sugestão de um estudo sistemático das variáveis que poderão evidenciar tais efeitos.

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