segunda-feira, 2 de maio de 2011

SAÚDE – ESTOU FAZENDO A MINHA PARTE?

A importância do bom exemplo

A idéia de saúde é inseparável de cada um dos diferentes aspectos do viver. Assim, a saúde física é resultado final de uma harmonia maior entre saúde social, saúde econômica, saúde política, saúde do ambiente de trabalho, saúde familiar, saúde nacional e saúde espiritual. Uma casa se faz de vários tijolos e cômodos, e apesar de uma unidade, deve sua harmonia à organização destes mesmos tijolos e cômodos entre si. Ora, é fato que um vazamento no banheiro, uma mancha no chão da sala ou um ralo entupido na pia da cozinha afetam a harmonia do lar, que para ser harmonioso deve existir de forma silenciosa, assim como o motor de um carro novo... Todo tipo de ruído, ainda que se acostume a ele com o tempo, é gerador de desconforto e piora na qualidade do viver. O corpo busca continuamente adaptação e adoecer é a impossibilidade do encontro da adaptação adequada. O corpo físico é semelhante a um tijolo na construção do corpo família, e a seguir, do corpo estado, nação e humanidade. É muito pobre ver a saúde apenas como um estado de bem estar pessoal, assim negligenciando a grande teia em que estamos envolvidos. Façamos a prática de olhar com maior profundidade o que nos rodeia e participar enquanto exemplo vivo nas transformações que podem tornar a vida mais harmoniosa e saudável para todos.
A medicina assim como a ciência quando praticadas de forma plena, não lidam com certezas, mas com campos de possibilidades. Desse modo, hoje conseguimos conhecer muito sobre as doenças, apesar do processo pelo qual as pessoas adoecem permaneça desconhecido em grande parte dos casos. O cientista pesquisador lida mais com dúvidas do que certezas. Vivemos imersos em um mundo envolto pelo desconhecido e pelo misterioso e hoje se sabe muito sobre pouco e pouco sobre o todo que nos circunda, apesar do desenvolvimento constante de novas tecnologias. A rigor, a atitude de certeza é anticientífica na medida que prende o pesquisador a um modo de explicar a realidade pré-estabelecido, podendo ser um fator restritivo ao encontro de novos modelos de pensar a realidade. Daí surge a necessidade da fé como fator diferencial na formação do cientista. A fé de que possa haver explicações alternativas aos modelos vigentes é o motor do pesquisador para direções ainda pouco exploradas. Por outro lado o cientista que trabalha sobre concepções secularizadas e cristalizadas caminha também, porém numa direção de repetir modelos e fortalecer formas de pensamento que a priori assumem como absolutas ou imutáveis. A pergunta é como uma gestante que antes de dar a luz porta todas as possibilidades, enquanto a resposta é como o nascimento do ser que se é maravilha por um lado, por outro representa a morte de todas as outras possibilidades que existiam durante a gestação.
Os vícios comportamentais do cotidiano das pessoas ficam muito evidentes quando se vê a medicina sob as perspectivas da saúde e da doença. Atualmente a formação médica ocidental favorece o aprender a tratar doenças sendo menos cuidada a questão do preservar e cultivar a saúde. A principal estratégia de promoção de saúde guarda relação íntima com o quanto cada pessoa conhece de si mesma e de quanto o sistema social funciona como promotor deste processo. Basta observar sociedades de países mais desenvolvidos e suas políticas de educação para entender um pouco melhor a relação entre educação e saúde. Conhecer a si mesmo é de fundamental importância para as pessoas que buscam o significado e uma vida saudável e plena na presente existência. O processo de se conhecer é simples, no entanto parte da humanidade atual se afastou ou deixou de dar a importância que ele merece há algum tempo. A consequência desta negligência gera uma dificuldade no fluxo natural da vida que se assemelha à do ex-atleta que ao querer voltar a treinar para uma maratona, percebe que seus músculos se atrofiaram em decorrência da falta de um treinamento constante.
Hoje se sabe que o próprio cérebro humano pode ser exercitado e capacitado para uma vida mais plena. Os estudos sobre a neuroplasticidade demonstram claramente como os hábitos de nosso dia a dia influenciam o cérebro, tornando-o mais apto a enfrentar os desafios do cotidiano. Imaginem que uma pessoa vá a uma academia para fortalecer seu corpo, mas por preguiça pede a um amigo que faça os exercícios por ela. Parece óbvio que quem vai ficar mais forte é o amigo e não a pessoa, pois para os benefícios da atividade física surtirem efeitos cada pessoa deve participar da mesma. Ninguém pode se exercitar por nós. Algo semelhante ocorre nos campos emocional e mental. Não existe ainda uma forma de desenvolver habilidades mentais sem que para isto se desenvolva o hábito da leitura. Ainda não se sabe também sobre como desenvolver habilidades emocionais senão a partir de relacionamentos, exercício do perdão e no aprender as sutilezas que existem entre a vontade e o desejo. Veja a seguir sobre o perdão e seu exercício:


 É mais difícil perdoar ou pedir perdão?

Hipócrates, considerado um dos pais da medicina ocidental, já propunha em sua frase célebre que a saúde se fundamenta na forma como a pessoa se alimenta: “Seja o teu alimento o teu medicamento e seja o teu medicamento o teu alimento”. À semelhança da alimentação para o corpo físico, é preciso também um alimento diferente para o “corpo emocional” e também um terceiro para o “corpo mental”. Mesmo não vendo estes corpos quando em frente ao espelho, podemos percebê-los sem muito esforço e com um pouco de boa vontade. Importante saber que a pessoa que cuida da alimentação para o corpo físico mas não nutre seus outros corpos, também é um ser “desnutrido”. Claro que a desnutrição protéica (física) é uma realidade e precisa de cuidados médicos, mas uma desnutrição ainda mais grave e que nos passa despercebida é a desnutrição psico-consciencial (“corpos” emocional e mental). O desnutrido mental e emocional pode causar muitos danos sociais. Devemos sempre lembrar no entanto, que este tipo comum de desnutrido no nosso meio não tem a mínima consciência do estrago que causa. São pessoas que como todos sempre estão tentando fazer seu melhor e dar o melhor de si. No entanto, sua formação, cultura familiar e círculo de amizades bem como hábitos do grupo ao qual pertencem, o prepararam para o sucesso pessoal e não para o sucesso social. Desta forma a pessoa aparentemente bem sucedida, alcança este sucesso a partir do prejuízo alheio, sem se dar conta de que este prejuízo no médio e longo prazos se voltará contra ele próprio ou sua prole futuramente.
É importante adquirir a consciência do que seja uma medicina integral. A medicina tem como objetivo prático a saúde e portanto deve acima de tudo zelar pela saúde de todos, em todos os níveis (biológico, psíquico, social e espiritual), conforme a proposta da OMS:
Assim, alternativa, é a medicina que se utiliza de métodos convencionais coadjuvantes para o tratamento de doenças e não aquela que zela pela saúde. Ver a saúde como regra e a doença como exceção (alternativa), este é o caminho do bom senso.

5 comentários:

  1. Querido Ric,

    Bela postagem, parabéns.
    Em especial, o vídeo do perdão me chamou atenção.
    Gostaria de fazer algumasd considerações:
    “Ser tolerante é tolerar tudo?”
    A resposta é evidentemente não, pelo menos se quisermos que a tolerância seja uma virtude.
    Deveríamos considerar virtuoso quem tolerasse o estupro, a tortura, o assassinato?
    Quem veria, nessa tolerância do pior, uma disposição estimável?
    Uma tolerância universal seria
    tolerância do atroz: atroz tolerância!
    Nas palavras de Comte: 'Democracia não é fraqueza. Tolerância não é passividade.'
    Mas bela postagem, bela relação: parte-todo.
    Muito obrigada pelas belas palavras.

    May.

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  2. Muito legal sobre o perdão, é animador, levantando minha vontade em busca das conquistas da alma.
    Pompeu

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  3. Querido anjo da guarda o exercício do perdão é muito importante porque pra mim o significado do predão nada mais é do que a cura das doenças do espírito.
    Parabéns. Beijos

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  4. Estou com essa meta agora! Sobre o perdão....vendo tanta gente falando, penso que posso perdoar 98% das coisas...mas no exercício do que não se esta perdoado posso ver que não é uma decisão. Ok! Decido te perdoar. É um estado que chega. Á semelhança do caminho interior, considero , agora, uma disposição para o perdão e em trabalho para capacitação! Um dia acredito ele virá! E eu finalmente estarei liberta. BJO!
    Eri

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  5. Muito interessante ver os diversos depoimentos sobre o perdão e como o ser humano reage diante disso. O que me faz crer que quanto maior o desapego, maior a capacidade de perdoar.
    O que eu mais gostei: "...quando alguém lhe faz algo errado, você escreve na areia; e se alguém lhe faz uma coisa boa, você grava aquilo na pedra...".
    Myriam

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