POR: MÁRIO INGLESI - VOVÔ E POETA CONSCIENCIAL
VEJA TAMBÉM: DIA DAS MÃES 2013
Ainda
hoje ecoa por todos esses nossos rincões: “Ser mãe é sofrer no Paraíso”.
Ouvir
isso, em princípio soa esquisito. Não apenas porque pressupõe viver-se num paraíso, o que, realmente,
pode-se dizer que é uma grande balela ou uma enorme utopia.
Mas, em
se tratando de mãe, o tal pregão faz sentido, pois, nunca se verá SER mais
sofredor, em causa dos filhos do que a mãe, desde o começo até o fim da
gestação, quando então, seu sofrimento chega a ser físico, quer em parto normal
ou não.
Mas o
seu sofrer se manifesta de todas as formas e graus. Em princípio, quando o
filho é bebê, começa com as noites insones, noites mal dormidas, noites que se
arrastam com ela de lá pra cá em busca de seu aleitamento e demais cuidados.
Como
revela Drummond, em seu poema “Para Sempre”
Mãe não
tem limite,
É tempo
sem hora
Luz que
não apaga.
. . . .
. . . . . . . . . . . . . . . .
Aliás
como querem os filhos, em seu cotidiano egoístico e pragmático, como a lei
também pretendida pelo poeta Drummond
Mãe não
morre nunca,
mãe
ficará sempre
junto
de seu filho
e ele,
velho embora,
será
pequenino
feito
um grão de milho.
Assim,
ser mãe é perder, de imediato, a identidade pessoal: seu nome passa a ser única
e exclusivamente: Mãe.
À essa
perda, adjudica outras e mais outras, como liberdade, tempo disponível para si,
disposição de fazer ou não fazer algo diferente apenas para si, ter pensamentos
pessoais e próprios apenas para si, autoestima, confiança, e muitos outros
sentimentos, ideias e ideais que convirjam apenas para si mesma e seu álter ego.
Em
contrapartida, se sobra em trabalho, preocupação, ganha em amadurecimento,
responsabilidade, cuidados, aporrinhação, e, mais que tudo, em envaidecimento,
surpresas, e, muito carinho.
Afinal,
como diz Vinícius de Moraes, em seu “Poema Enjoadinho”, enfocando a relação mãe
e filho.
“Que
coisa louca
Que
coisa linda
Que os
filhos são!”.
Portando
façamos ecoar, cotidianamente e com muito carinho e sofreguidão o Dia das Mães,
todos os dias, enaltecendo o seu “sofrer no paraíso”.
Mario
Inglesi
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