Hoje na Avenida Rebouças o menino descalço colocava balas no retrovisor
dos carros para vender enquanto o farol permanecia vermelho. O farol abriu... O
menino descalço havia colocado balas em tantos carros, que mesmo correndo, não acabava
de retirar as que não foram compradas. Um senhor de maior idade, um dos
prejudicados pela demora, passou fazendo movimentos com as mãos e expressando
sua indignação em palavras graves e com a face moldada pelo seu zango.
Ficou então o pensamento: esse senhor, de algum modo, será um menino sem
sapatos para compreender melhor o tempo daquele outro menino que desconhece
totalmente as neuras do trânsito e o que vai dentro dos motoristas apressados e
estressados de Sampa... Ficou também esse outro pensamento: esse menino, de
algum modo, será um senhor motorista para compreender melhor o tempo daquele
outro senhor que desconhece totalmente a necessidade e o esforço de quem vende
balas, especialmente os descalços no asfalto...
Falta compreensão mútua? Falta Martin Buber? Falta “Eu e Tu” nas escolas?
Aqueles de nós que dirigem veículos, aqueles que dirigem escolas, os que
dirigem empresas, os que dirigem municípios, os que estados e mesmo os que
dirigem países, sejamos um pouco mais reverentes aos descalços, seus tempos e
necessidades. Aqueles de nós em situações descalças, cuidemos em pensar se nossos
pés já não foram cegos ao "chão" que pisáramos.
Tem o reino mineral, tem o reino vegetal, depois tem o reino animal e finalmente o humano. Para se tornar humano a relação com a animalidade deve ser repensada. É preciso que se perca o medo de se tornar humano. É preciso coragem para se tornar humano.
Senhores políticos, organizadores do caos, das coisas escusas e das cosas
nostras, piedade!!
��
ResponderExcluirSonho
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Uma vez ...
eu tive um sonho
Sonhei que o mundo era cristalino
No céu, uma bola amarela
Refletia salpicos dourados em tudo
E daí..... qual a diferença?
Sonhei que os seres eram cor de rosa
Só sorriam....
E trabalhavam...
E construíam sem parar...
Sempre dançando
(parecia uma ópera majestosa)
Não tinha carros nas ruas
Pra dizer a verdade, não tinha ruas
Os seres voavam pra se locomoverem
E, tudo, continuava cristalino, muito cristalino
E aquele rosa crescia, se multiplicava. Sempre rosa!
Aí, eu acordei.
Abri minha janela
Tossi
Arderam os meus olhos
O céu, não era azul
E os seres, Ah! Os seres...
Eram cinza!
Era uma vez...
Anônimo/ Século ?
É isso, amigo.
Precisamos colorir o nosso tempo para podermos visualizar uma igualdade mais recíproca.
Bj da modesta
É Professora Modesta!
ExcluirEssa coisa de seres cinza me fazem lembrar do filme "Eu um gato" que recentemente revisitei!
Tentemos um pouco mais de cor e de colorido, e um pouco menos de "Color" e de cinza!
Bjo
Que bela reflexão Ricardo, que sensibilidade política e humana que você tem!
ResponderExcluirUm grande abraço e uma ótima semana!
Obrigado Laís!
ExcluirO mundo e a humanidade, precisa de pessoas como você Ricardo!
ResponderExcluirObrigada por nós da uma bela reflexão como essa!
Um grande abraço.
Como nós Maria!
ExcluirComo eu e tu
Grande abraço
Olá, Ricardo, pai.
ResponderExcluirLi o Buber em fevereiro. Fiz umas anotações. Grifei umas partes.
Olha essa:
Os momentos de suprema relação não são relâmpagos nas trevas, mas como a lua que se levanta, em uma clara noite estrelada. (pg. 132)
E essa:
Nossos alunos nos formam, nossas obras nos edificam. (pg. 18)
outra:
O homem não pode viver sem o ISSO, mas aquele que vive somente com o ISSO não é homem. (pg. 39)
Uma frase repetida muito pelo Rizek:
O espírito é palavra. (pg. 45)
Por fim, pois está tarde;
Se, por exemplo, o Estado automatizado agrupa cidadãos totalmente estranhos uns aos outros, sem fundar ou favorecer uma vivência com-o-outro, deve-se substituir isto por uma comunidade de amor. Esta comunidade de amor deve florescer quando pessoas se agrupam pela manifestação de um livre sentimento e resolvem viver juntas. (pg. 52)
tem outras, mas fica para outra hora.
abraço
G.G.
Considero que existem seres humanos de toda forma. Vejo aqueles que querem ser atendidos rapidamente passando na frente dos outros só pra conseguir um atestado. Mas também vejo aqueles que mesmo numa cadeira de espera de serviço de emergência reconhecem: dra atenda ele primeiro pois está pior que eu. Na verdade seguimos a vida por poder ajudar o tu, por reconhecer a existência do próximo. Esses muitos eus que não reconhecem o tu, um dia chegarão lá. Uma hora todo mundo sai da solidão egocêntrica do eu. Bem, eu acredito nisso. Bj menino.
ResponderExcluirEu também!
ExcluirBjo garota!
EU, tu, ele, nós, vós, eles!todos farinha do mesmo saco!
ResponderExcluirSim Guilherme, do mesmo saco.
ResponderExcluirAssim sendo, consideremos não só diminuir tudo o que tenha farinha em nossa alimentação, mas também e principalmente evitar entrar em sacos e situações em que escolham por nós, ou nos sacos do tipo tanto faz.
Enfim, sejamos menos farinhas e busquemos ser mais grãos!
Bjo para você meu querido!