Tanto o capitalismo social quanto
o socialismo do capital não se mostraram efetivos em solucionar as questões
elementares associadas aos requisitos básicos de manutenção dos meios de
sobrevivência social.
Seja roubando e fazendo ou não
fazendo e roubando, os sistemas operacionais carecem de um repensar métodos que
retorne aos princípios de um governo cujo fundamento seja verdadeiramente democrático.
De fato, o que se vê tende a algo demoniocrático ou idiocrático mais que
propriamente o idealizado a priori.
O pensamento exploratório parece
funcionar adequadamente e sem problemas por algum tempo, mas ao que tudo
indica, desde o princípio aponta para um momento de crise e insustentabilidade,
a insustentável leveza do ser...
O processo de desertificação,
indissociável do empobrecimento intelectual (emburrecimento) humano, sempre se
associa à anestesia volitiva (da vontade) e à hipnose do bom senso. Assim, mesmo
que algo esteja claramente acontecendo, a estratégia metodológica é negar ou mais
recentemente eufemizar, baseados no, eventualmente astucioso, princípio da inocência presumida. Há que se estar atento ao modus operandi
que culmina no atual estado das coisas, de modo que situações que passam
despercebidas fundamentam o que se observa, conforme, por exemplo, se pode
verificar nestes links:
Tudo
isso é brilhante e jocosamente documentado no filme estadunidense “Idiocracia”
em que uma sociedade futura descrita com base no que hoje é oferecido em termos
de educação, consumo e valores, se encontra à beira do colapso e de uma
verdadeira desertificação. O filme apresenta situação insólita em que os
cidadãos, hipersexualizados (apetite sexual aumentado), influenciados por uma propaganda de bebida, destas
que se usam após atividade física extenuante, passam a irrigar suas plantações
com as mesmas resultando na desertificação da cidade. No filme, um trabalho
midiático levou a população a crer que os isotônicos seriam mais adequados em
nutrientes que a própria água para a irrigação das plantações! Algo
aparentemente absurdo apesar de não muito distante do que se pode observar em
relação ao cuidado com nossas florestas ou na escolha dos adubos nitrogenados
sintéticos ao invés da fixação bacteriana do nitrogênio na agricultura ou ainda
no estabelecimento do milho como fundamento alimentar para um crescimento
populacional ilimitado entre outras escolhas aparentemente suicidas, com o
perdão da palavra. Enfim, contingências subliminares de um aparente
“emburrecimento” sub-reptício sustentado apesar de insustentável.
Outra pérola sobre a
desertificação, russa e mais recente, é dramática e cruamente retratada em
“Leviatã” por Andrei Zviaguintsev, banhado musicalmente no prelúdio e epílogo
da ópera trágica Aquenáton por Philip Glass.
Finalmente completando a
descrição artística da desertificação, “Timbuktu” e “Ida”, cada qual a seu
modo, tocando a questão religiosa de forma mais ou menos explícita, mostra o
indizível.
Na gênese do processo temporal de
desertificação é notável muitas nações terem optado pelo modelo de colonização
ou colonialista exploratório. Curioso apenas nesse sentido é o movimento dos
alemães no século passado, que talvez se possa dizer o século da Alemanha. Duas
guerras perdidas com destruição total do país e, no entanto ainda hoje potência
mundial econômica apesar de aparentemente não colonialista! O segredo penso eu,
educação, e se não for isso só pode ser milagre.
Mas, essa questão do deserto
parece ser algo cada vez mais próximo e de fato não é novidade. Em passado recente
os Maias parecem ter se confrontado com desafios climáticos e ecológicos, sendo
estes cogitados como explicações para a diminuição de seu contingente
populacional. Quando a natureza se desentende com o humano, ainda é o humano
que deve pensar onde pode estar se equivocando.
Atualmente, Israel é um país de
primeiro mundo que chama atenção na ocupação do deserto, surpreendendo quanto
às plantações de banana ou não, em regimes de irrigação que margeiam suas
estradas em terreno extremamente anecúmeno. Devemos aprender a sobreviver em
situações desérticas se de fato cogitarmos prosseguir:
Mas deserto perigoso mesmo é o da
alma; se não tem alma aí a coisa pega e isso ninguém nega; para tudo isso valer
a pena o poeta já mostrou com sua pena qual deve ser o seu tamanho...
É, Ricardo, o pior deserto é o da alma mesmo! Boas observações. Irei ver os filmes indicados!beijos!
ResponderExcluirComo sempre... Plagiando Caê... Vc enxerga o avesso do avesso do avesso... Bj
ResponderExcluirVerdades e mais verdades... Obrigada pelas indicações de filmes Ri!!!
ResponderExcluirBjs
Maria Inez
Adorei!
ResponderExcluirDe todo modo, penar alarga a alma.
E mesmo que ninguém sinta pena,
Tudo continua valendo a pena!
O árido deserto é contorno do Oásis...
Não sei bem como é o Oásis no deserto,
mas reconheço cada encontro que o cria em minha alma.
Bons sonhos!