Por:
- Maria Paula Teixeira de Castro - Bacharel e Licenciada em Física pela USP
- Ricardo José de Almeida Leme - (Aluno)
- Maria Paula Teixeira de Castro - Bacharel e Licenciada em Física pela USP
- Ricardo José de Almeida Leme - (Aluno)
Representação esquemática: Vento Solar e efeito sobre a Terra |
De tempos em tempos o Sol
emite radiações em grandes quantidades após explosões gigantescas que ocorrem
em sua superfície. As manchas solares, que correspondem às regiões destas
explosões, vêm sendo sistematicamente observadas e estudadas desde a época de Galileu
Galilei. Tais explosões, lançam no espaço uma enorme quantidade de partículas
formando o que se chamou de vento solar. Ao atingir a Terra, este atua sobre
ela, modificando seu campo magnético. O espetáculo de tal interferência pode
ser observado por nós, na superfície da Terra, nas regiões próximas aos pólos.
Ali, a maravilha das auroras austrais e boreais coroam de beleza os extremos do
planeta “água”.
A luz transmite
informações quantitativas sobre distâncias de planetas assim como suas qualidades
astronômicas que envolvem cores, albedo, velocidade de rotação, translação,
informações no campo da ciência convencional, até informações que nos impulsionam
para o imaginário qualitativo mitológico com seus simbolismos peculiares.
Claudio Ptolomeu foi o cientista que primeiro organizou e compilou tudo o que
até então era conhecido sobre a astronomia
e sobre a astrologia, em duas
grandes obras, respectivamente o almagesto e o tetrabiblos, referências
históricas importantes e consultadas nos dias de hoje.
Nestes tempos em que o
sol está com sua atividade aumentada, conforme notícias recentes, uma pérola
compartilhada por uma amiga física, sobre o campo magnético terrestre, suas
anomalias e seu efeito sobre as radiações provenientes do Sol de nosso sistema
solar, se segue:
Anomalia Magnética no Atlântico Sul
Maria Paula Teixeira de
Castro - Bacharel e Licenciada em Física pela USP
O estudo das forças da
natureza é dividido atualmente, pela ciência, em quatro partes, cada qual
relacionada a uma das quatro forças que hoje se atribui existência:
Gravitacional, Eletromagnética, Nuclear Forte e Nuclear Fraca.
A força eletromagnética é
estudada pelo eletromagnetismo, que trata da interação entre as cargas
elétricas e magnéticas. Um exemplo corriqueiro do eletromagnetismo são os imãs.
Dentro do estudo do eletromagnetismo existe uma parte, que se refere ao
magnetismo da Terra, o planeta em que vivemos, o chamado geomagnetismo. O
magnetismo terrestre ou geomagnetismo pode ser facilmente constatado através do
uso de uma bússola, a qual sempre aponta para os pólos norte-sul do campo
magnético em que se encontra. A bússola sempre foi um instrumento
comprovadamente útil, orientando o homem na Terra em suas incríveis jornadas,
graças à particularidade de orientação do campo magnético terrestre.
Entretanto esse campo
varia de intensidade ao longo da superfície terrestre e a bússola não é capaz
de medir essa variação, ou seja, indicar onde ele é mais forte ou mais fraco.
Para isso precisamos de um instrumento mais moderno chamado magnetômetro.
Essa variação é objeto de
estudo dos astrônomos, geofísicos e biólogos. Os primeiros, para estudar
interferências nas radiocomunicações com satélites e naves espaciais que
enviamos para o espaço; os segundos para tentar chegar às origens do magnetismo
terrestre, ignorada até hoje; e os últimos para explicar o comportamento de
certos seres vivos em relação a esse campo. Pesquisas recentes mostram que
alguns animais se utilizam desse magnetismo para se orientar, como se tivessem
bússolas internas. É o caso dos pombos correio, das formigas e de algumas
bactérias. Isso é realmente incrível, pois a intensidade do campo magnético
terrestre é cerca de 20 vezes menor do que o de um imã de geladeira!
O curioso é que esse
campo magnético da Terra, apesar de muito parecido com o de um imã gigante, não
é uniforme, como seria o de um imã, ele varia de intensidade conforme o lugar e
a época. Há grandes regiões uniformes e pequenas regiões que formam verdadeiros
“buracos”: as chamadas anomalias magnéticas. Uma delas é a região que abrange
os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e parte do Oceano
Atlântico, a chamada Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Na AMAS a
intensidade do campo magnético terrestre é menor do que a metade da intensidade
encontrada nas outras regiões.
Mas qual seria a
conseqüência disso? Bem, a atmosfera da terra, essa enorme capa de partículas
que envolve nosso planeta, é formada por
várias camadas com características distintas. Quanto mais longe da superfície
terrestre, mais rarefeito se torna o ar, pois a gravidade vai diminuindo, até
que chegamos ao meio interestelar. (O grande espaço que há entre os corpos
celestes não é realmente vazio, mas sim preenchido por gás e poeira com uma
densidade muito baixa: aproximadamente 1 átomo por centímetro cúbico. Isso é,
30 quintilhões (30.000.000.000.000.000.000) de vezes menor do que próximo da superfície
terrestre!)
As camadas da atmosfera
possuem, portanto, características específicas. A mais externa delas possui
partículas carregadas chamadas de íons, que são partículas eletricamente
carregadas. Sendo assim, esses íons são altamente influenciados pelo magnetismo
terrestre. Nas regiões de maior intensidade do campo magnético, esses íons
formam como quê um “escudo” protetor. Por isso podemos imaginar que em volta da
Terra há uma verdadeira capa que protege a superfície terrestre da ação dos
raios vindos do cosmo, principalmente aqueles vindos da nossa estrela mais
próxima, o Sol.
No entanto, nas regiões
de menor intensidade como a AMAS, haveria maior penetração dos raios cósmicos
uma vez que ali os íons não formariam um escudo protetor. É de se supor,
portanto, que nessa anomalia magnética sob a qual está o Brasil, seus
habitantes estariam sujeitos a uma maior intensidade de raios cósmicos!! Isso
pode trazer conseqüências diversas para todos os seres vivos que habitam a
região bem como para o clima. Fica ai a sugestão de um estudo sistemático das
variáveis que poderão evidenciar tais efeitos.
Interessante a ausencia de comentarios...
ResponderExcluirInteressante e paradoxal seu comentário...
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