No texto abaixo, Chardin sugere o Cristianismo como alternativa aos regimes políticos atuais. Um exercício para a imaginação...
"Em caso algum o Cosmo
poderia ser concebido, realizado, sem um Centro supremo de consistência
espiritual. Não apenas por força das fórmulas especiais da União criadora, mas
em qualquer Metafísica que se preze, imaginar a criação Isolada de um átomo ou
de um grupo de mônadas seria absurdo: o que é desejado e obtido, na Criação, é
primeiro o Todo, e em seguida o resto nele, depois dele. Em qualquer hipótese, o
Mundo, para ser pensável, exige ser centrado. Por conseguinte, a presença à sua
frente, de um ômega nada tem a ver com o fato de sua “elevação sobrenatural”. O
que faz exatamente a característica “graciosa” do Mundo, é que o lugar de Centro
universal não foi dado a um nenhum supremo intermediário entre Deus e o
Universo; mas foi ocupado pela própria Divindade, - que nos introduziu, assim,
in et cum Mundo, no seio trinitário de sua imanência.
Em suma – o Mundo é uma vasta
Cosmogênese? Cristo é o motor. Essa Cosmogênese é processo que se orienta?
Cristo é seu alvo, Cristo a atrai. Alfa e ômega, Cristo é um ser em que o
Pessoal se expande até se fazer Universal. O Cristianismo impregna, então todo um
programa que, ao mesmo tempo, ultrapassa as correntes confusas da Democracia decadente,
do Comunismo e do Fascismo nascentes e se superpõe aos ateísmos militantes, aos
espiritualismos desencarnados, às religiões anêmicas. Não é mais necessário,
portanto, procurar a “ponte” entre as naturezas ou as Coisas num Universo em que
a unidade é o estado de equilíbrio para o qual tendem os seres,
espiritualizando-se."
Pierre Teilhard de Chardin
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