A Medicina da Saúde é baseada na preservação e na promoção. É sempre superior à Medicina da Doença focada na cura e na prevenção. Somos seres humanos e não "teres humanos”. A doença começa quando se deixa o SER pelo TER; saúde e vitalidade aumentam na direção do SER. A busca pelo SER leva à ampliação da consciência, guia do homem saudável e espelho para o doente. Refletindo o exemplo a ser imitado mostra como sair da horizontalidade do adormecimento e entrar na verticalidade do despertar.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
LEMBRANÇAS
POR: MÁRIO INGLESI
Dr. Ricardo
Lembranças!
Ah, as lembranças...
Elas,
muita vezes nos preenchem o viver, ainda que fragmentadas ou romantizadas, ou
ainda, decupadas conforme interesses em revelá-las inteiramente, ou não, nas
conversas em eventos, familiares ou domésticos.
Em um
dos sábados deste mês, sem ter algo que lhe chamasse a atenção na TV, ele resolveu
rever o maravilhoso filme dos Irmãos Taviani: Pai patrão (1977), baseado no
livro autobiográfico de Gavino Ledda de (1975).
O que
mais lhe chamou a atenção nessa empreitada foi fixar-se na figura imagética do
pai do menino, embora o chamariz no filme, fosse na sua prática de força e
violência em tratar o filho.
Como
essa maneira de ser do pai já tinha sido vista, o olhar fixou-se na totalidade
da figura do pai. E, isto porque, lembrara-lhe em todos os detalhes, a imagem
do seu avô paterno, Francisco, com sua camisa branca, de mangas compridas e
abotoada inteiramente até o pescoço; seu colete, paletó e calças da cor preta,
como uma figura lendária da baixa Itália, de onde viera para o Brasil, como
imigrante, em tempos idos, com o intuito, possivelmente, de melhorar de vida,
já que, embora soubesse bem as quatro operações e a tabuada, era analfabeto, só
sabendo bem, lidar com seus animais, em prol do sustento da família.
Essa
fixação do filme, termina por aí.
Embora
ensejasse novas e boas recordações reverenciadas, todavia, ficou-lhe por último,
um trágico “por quê”.
O vô
Francisco, falava apenas em italiano, salpicado de apenas algumas palavras em
português. Com isso, insuflou - ao neto -, garoto na época, o gosto pelo
linguajar italiano, assim como pelas cançonetas italianas e as belas e
requintadas óperas de Verdi e Puccini e, outros autores menos aplaudidos, mas de
repertório não menos conceituado.
Afora
esse arcabouço, é bastante significativo lembrar o seu carinho para com os netos,
em particular para com ele, - lembrava dele então - ainda que de convivência
bastante curta, pois só nos últimos anos de vida, veio morar em sua casa.
Isto
deu-se, em razão da asma e dos cuidados que o avô requeria para uma
continuidade de vida regular, inclusive de dispêndio só compatível
financeiramente à situação em que se encontravam então.
Durante
todo esse tempo, quem ficava com ele diariamente fazendo-lhe companhia, era
ele, seu neto, o que lhe rendia, de vez em quando, algumas moedas, sofregamente
guardadas num cofrinho de barro, em formato de porquinho.
Nesse
dia a dia, a vida perseguia sua caminhada rotineira, até que, um dia, tal
sequência de compartilhamento não foi obedecida.
Para
desgosto de todos, e culpa do menino neto, no dia seguinte, logo de manhã cedo,
viu-se o pai muito alvoroçado, em prantos e com lágrimas que lhe cobriam os
olhos e a face, revelar que o vovô, o querido vô, havia falecido.
A culpa
bateu de frente no menino, e de maneira profunda, pois no dia anterior não
quisera cumprir a rotina estabelecida de fazer-lhe companhia.
Assim,
a única alternativa foi convalescer na cama, até a chegada do médico da família.
Este, após atestar o óbito para as demais providências do velório, que então se
realizava na própria casa, na sala toda engalanada de preto para a tal
celebração, a pedido de seu pai, foi até o menino para auscultar a sua
fragilidade, e, possíveis consequências diante do ocorrido.
Nada
encontrando, além do seu abatimento, levou-o para ver a derradeira imagem do seu
avô. Não se assustou, nem fez qualquer menção de choro ou de tristeza.
Hoje,
ao relembrar isso, só se atém ao questionamento insondável, do porquê não
fizera, no dia anterior a sua morte, a companhia rotineira que fazia ao querido
avô, pai e, talvez, em outros tempos, também patrão, como o do filme.
Mas, o
que fazer? Ficou a recordação, a saudade. Aliás, como declara o poeta Mário
Quintana (1906-1994):
“O
tempo não para, só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”.
Ou,
como reflete a poetisa Florbela Espanca (1894-1930) em seu poema ‘Saudade”:
Esquecer!
Pra quê?… Ah, como é vão!
Que
tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele
deixou beleza que conforte
Deve-nos
ser sagrado como o pão.
Poder-se-á
também, em última instância, dizer ainda, de viva voz que, lembrar, recordar,
ter saudade, são atos benfazejos de saúde consciente. E, porque não? Afinal,
são prazerosos e sempre bem vindos.
Com
tudo isso, é ver, rever, alçar voos e inteirar-se do que já passou, ainda que
fragmentariamente, ou de cortes inevitáveis em prol do que é bom de ser
lembrado. Na roda da vida, lembranças viram saudades, “estórias”, histórias” e
sentimentos alvissareiros ao bom viver, tal como uma “Folha Dobrada” como
lembra o título do livro do professor de Direito da USP, Goffredo da Silva Telles
Jr. (16.5.1915 - 27-06-2009) e autor também da célebre “Carta aos Brasileiros”,
em favor do restabelecimento do Estado de Direito no País.
Portanto,
lembrar, relembrar e revestir em palavras, sentimentos e situações, é consignar
um pedaço, por menor que seja, de uma vida bem vivida, a serviço de um agir
seguro e bem direcionado, no enfrentamento dos riscos e embates futuros.
Mário
Inglesi
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE V
Continuação de: Alimentação Consciente I
Hoje é o dia mundial da alimentação e se comemora a criação da
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO – Food and
Agriculture Organization). O objetivo desta instituição, de certa forma meu
também, é trabalhar como agente promotor de consciência sobre questões relacionadas
à fome e à pobreza alimentar. Em 2014, o tema eleito pela FAO é algo que
esquecemos há muito: “Agricultura Familiar – Alimentar o Mundo, Cuidar do
Planeta”. O SESC São Paulo promoverá até o final deste mês inúmeros encontros
de profunda relevância em várias de suas unidades no sentido de trazer maior
qualidade ao nosso entendimento sobre a questão alimentar (Acesse
aqui programação SESC Dia Mundial da Alimentação).
Enquanto isso o blog Saúde é Consciência prossegue incansável, a passos
de formiga, em sua missão de trazer à tona questões alimentares de fundamental
importância que por algum motivo nos escapam aos olhos.
Referencial primordial a todo brasileiro interessado em alimentação
saudável é o Professor Sidney Federmann, médico nutrólogo e expoente de
envergadura gigante entre os cientistas que estudam a nutrição humana. Sugiro
que leiamos tudo o que este senhor nos oferece de material assim como assistamos e divulguemos suas entrevistas e cursos. Sem exagero ou pieguice precisamos homenagear nossos
gênios enquanto eles estão vivos ao invés de correr atrás do prejuízo...
Alimente-se
com sabedoria em: http://www.sidneyfedermann.com.br/
Pinço, dentre as pérolas em alimentação, a questão de altíssima
relevância dos pães ditos integrais. Quando passei a ler os rótulos dos pães de
forma integrais me dei conta que nas pequenas linhas dos componentes a maioria
deles apresentava apenas uma pequena quantidade de farinha integral e uma
grande quantidade de farinha conhecida como enriquecida! Hoje sei que os pães
de fato integrais são aqueles que fazemos em casa com farinhas integrais e
apenas uma porção muito reduzida dos pães oferecidos no mercado – não acredite
apenas porque escrevo, confira você mesmo!
Dê preferência a pães onde se lê “100% integral” ou “Todo integral”, mas
leia o rótulo mesmo assim! Estes pequenos atos podem levar a profundas
modificações no comportamento do fabricante.
A alimentação é a pedra angular da medicina da saúde; é importante
perceber que nos alimentamos várias vezes ao dia e que se não cuidarmos na
excelência do que ingerimos, estaremos cultivando o adoecimento. Um dos
melhores planos de saúde que você pode fazer é o plano alimentar, pense a
respeito!
Existe um real movimento de partilhar material e conhecimento, no entanto
ainda é preciso que nos esforcemos mais no quesito amor e desapego para que
situações inusitadas e lamentáveis como a ocorrida com o documentário “Famintos
por Mudanças” não ocorram: http://youtu.be/IpvlvkoVGwg.
Enquanto “Famintos por Mudanças” se prepara para ir às telas dos cinemas
no mundo todo, vamos assistir esta modesta reportagem alerta aos benefícios dos pães
verdadeiramente integrais:
Lembre-se sempre às refeições que uma pessoa refinada é aquela de modos agradáveis, fina, atenciosa e prestativa; já um alimento refinado eventualmente já foi integral e o refino pode mesmo ter empobrecido suas qualidades! Bom apetite para todos nós!
terça-feira, 14 de outubro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
A IDADE DO RUÍDO – ALDOUS HUXLEY
POR: ALDOUS HUXLEY - Da obra: "FILOSOFIA PERENE"
Aldous Huxley - Escritor Inglês (1894-1963) |
Falada ou impressa, emitida no éter ou em polpa de madeira, toda
publicidade só tem um propósito – impedir que a vontade consiga o silêncio. (Aldous
Huxley)
O
século XX é, entre outras coisas, a idade do Ruído. Ruído físico, ruído mental
e ruído do desejo – temos o recorde histórico de todos eles. E não é de
espantar; pois todos os recursos de nossa tecnologia quase milagrosa foram
lançados na ofensiva atual contra o silêncio. A mais popular e influente de
todas as invenções recentes, o rádio, nada é além de um canal pelo qual o
barulho pré-fabricado possa jorrar em nossas casas. E esse barulho vai muito
mais profundamente, claro, do que nossos tímpanos. Penetra a mente, enchendo-a
com uma babel de distrações – notícias, bocados mutuamente irrelevantes de informação,
estrondos de música pomposa ou sentimental, doses continuamente repetidas de
dramas que não trazem catarse, mas só criam um desejo de lavagens emocionais
diárias e até mesmo horárias. E onde, como na maioria dos países, as emissoras
de rádio sustentam-se vendendo tempo a anunciantes, o barulho é levado das
orelhas, através das regiões da fantasia, do conhecimento e do sentimento, até
o núcleo central do ego, do querer e do desejo. Falada ou impressa, emitida no
éter ou em polpa de madeira, toda publicidade só tem um propósito – impedir que
a vontade consiga o silêncio. A falta de desejo é a condição da libertação e da
iluminação. A condição de um sistema progressivo, tecnologicamente em expansão,
de produção em massa é desejo universal. A propaganda é o esforço organizado de
ampliar e intensificar o desejo – ampliar e intensificar, isto é, as ações
dessa força, que (como todos os santos e mestres de todas as religiões sempre
ensinaram) é a causa principal da aflição e da conduta errada, e o maior obstáculo
entre a alma humana e sua Base divina.
O SABER E O SABOR
Continuação
de:
O fumador diz saber que cigarro faz mal, discordo. Saber é conhecer o
sabor e quando alguém de fato sabe algo fazer mal, busca o bem, senão não, não
sabe; e se não sabe, ensaboa o sobejo soberano da medicina que escorrega se
pensa carregar a pena que cura com amor, quando apenas a cura ocorre após retirado
o tumor.
No Brasil, o aborto é crime contra a vida humana e o Código Penal prevê
detenção. Fumar é forma perniciosa de abortar a saúde e a vida.
Conforme jornal do CFM (No 235 – Agosto 2014), no dia do
combate ao fumo (29/08/14), o Conselho Federal de Medicina deu o sinal de
alerta às esferas governamentais sobre a criticidade da situação atual. Na
mesma reportagem, o CFM lançou cartilha (download disponível no link abaixo) relacionando
as consequências do tabagismo sobre a saúde. Fiquei surpreso ao saber que os
cigarros eletrônicos estão aumentando o número de fumadores!
De fato, nem tudo é notícia ruim; sobre ações e dividendos vale uma
olhada nos gráficos da CRUZ3.SA
de 2004 a 2014, opção a se considerar em seu portfólio. Mas para isso sugere-se
evitar o hábito pernicioso, senão os dividendos apenas mitigarão os gastos com
o precoce ataúde.
Ainda pior que o hábito de pitar é aquele de jogar a pituca no chão; de
certa forma, atentado à saúde pública, além de evidência cabal da insânia e
irresponsabilidade que o tragador atingiu. Conforme propaganda recente, não
existe lixo pequeno, e as bocas de lobo agradecem o alívio pelas pitucas
jogadas no lixo e no cinzeiro do automóvel, por favor.
A seguir, alguns artigos correlatos que adorariam ser lidos:
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