Aqui é assim, começa agora, mesmo já
tendo começado outrora. Pelicanos e Tucanos sobrevoam esplendorosamente os céus
da conivência, da convivência e sem sombras de dúvida, da conveniência; voo cego
no escuro, longe da consciência. É um hábito, apesar de fato o hábito não mais
estar fazendo o monge, nem de longe. Muita pizza para todos, para o glutão, sem
glúten... Porque todo mundo faz, então a regra está feita? De regra para guerra,
quase palíndromos, é um “u” a mais e um pequeno ajuste de letras. Para o
síndico Tim Maia é um vale tudo. A Suprema pergunta parece ser: “Pagando bem
que mal tem?”. Seja lá ou cá essa louca, vai valendo o funk: “Tá dominado, tá
tudo dominado”.
Mesmo Salomão, rei, foi advertido em
cerca 1004 a.C. quanto aos cuidados com o templo – 2 Crônicas 7:19-22 – “Porém se vos desviardes, e deixardes os
meus estatutos e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e
servirdes a outros deuses, e vos prostrardes a eles, então arrancarei a Israel
da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que
consagrei ao meu nome, e farei com que seja por provérbio e motejo entre todos
os povos. E desta casa, que é tão exaltada, qualquer que passar por ela se
espantará, e perguntará: Por que fez o Senhor assim com esta terra e com esta
casa? E lhe responderão: Porque deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os
tirou da terra do Egito, e se apegaram a outros deuses, e se prostraram a eles,
e os serviram; por isso ele trouxe sobre eles todo este mal.”
Copo meio cheio ou meio vazio é a
marca do otimismo ou pessimismo de cada um... Variações no olhar o mundo e a
vida. Importante estar consciente da lente que filtra o olhar. Se conhecer é
diminuir as chances de causar mal estar, é falar a linguagem familiar ao outro
para que a troca e a comunicação sejam plenas.
“Os homens perdem a
saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E
por pensarem ansiosamente no futuro esquecem o presente de forma que acabam por
não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer...
e morrem como se nunca tivessem vivido.”
Dalai Lama
Passado o recesso trimestral do
gigante adormecido, ano novo se aproxima. Sim, pois há um que começa na terra
em janeiro, mas outro supremo apontado nos céus, observado em perspectiva geocêntrica – desde o fogo gerador de Áries à água caótica primordial de Peixes – o ano presente, para muitos 2014, nasce 20/03 às 13:45.
Creio que este desencontro de momentos
entre céu e terra mostra com clareza a tensão e o afastamento entre nossas
naturezas humana terrena e sobre-humana residente no céu escuro iluminado.
Mesmo um de nós cujo radicalismo no viver excede o dos demais vivencia este par
com surpresa:
“Duas coisas enchem o ânimo de crescente admiração e respeito, veneração
sempre renovada quanto com mais frequência e aplicação delas se ocupa a
reflexão: por sobre mim o céu estrelado; em mim a lei moral. Ambas essas coisas
não tenho necessidade de buscá-las e simplesmente supô-las como se fossem
envoltas de obscuridade ou se encontrassem no domínio do transcendente, fora do
meu horizonte; vejo-as diante de mim, coadunando-as de imediato com a
CONSCIÊNCIA de minha existência.”
I. Kant – Crítica da
Razão Prática
Na Gramática astrológica, forma
fisiológica de aproximação aos céus, o Sol de Janeiro (Capricórnio) está em
quadratura (900) com o Sol de Março (Áries), simbólica luta de
Titãs, Ares e Cronos, também Marte e Saturno, representantes das forças
antagônicas que acompanham o humano em solitário recordar enquanto palmilha os
campos do Senhor... Quadratura é tensão e pede adaptação, veja em: "Maus" aspectos em astrologia
Sobre o ano que findou, o que você
fez de realmente importante em sua vida? Fosse 2013 o último ano de sua vida,
teria feito tudo o que gostaria? Viveu dando o melhor de si nas relações de
forma que agora se sente leve para iniciar um novo ano?
Faça uma lista: http://www.youtube.com/watch?v=aV99ypbCidw
Trabalho e estudos foram motivos de
sofrimento ou alegria? Trabalhar e descansar, inspirar e expirar, dois lados da
moeda, sem o que a vida não passa, pesa, para você e para os que estão ao seu
lado. A incapacidade de parar pode ser sintoma de que algo não vai bem! Genial
nesse sentido o artigo proposto pelo Rabino Nilton Bonder “Os domingos precisam
de feriados”, veja na internet. Nas palavras dele: “Quem ganha tempo, por
definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande
"radical livre" que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do
tempo uma mercadoria.”
Os excessos são
esconderijos discretos: não enfrentar problemas alheios ao trabalho, não enfrentar problemas
familiares, não enfrentar problemas pessoais sérios. Fuga do possível vazio da
vida improdutiva que há muito se tornou apenas reprodutiva e raramente
produtiva. Ter mais brilho, subir mais alto, mais luxo, pilotar um foguete, pode
ser, mas para que mesmo?
Uma rota de fuga rápida e simples de
não pensar nisso está nos hábitos e consumo de substâncias e viagens que
anestesiam a consciência. Consciência que deve justamente ser preparada para
suprir as deficiências do ano que passou.
Ano do Cavalo segundo a tradição
oriental e de Júpiter conforme a tradição astrológica, convite a refletir sobre
a natureza animal que reside na humanidade. Lembre-se que a constelação de
Sagitário, cujo regente é Júpiter (maior planeta do sistema solar), é
representada por um ser de natureza dupla – meio cavalo meio homem que aponta
uma flecha ao alto.
Escolherei viver minha natureza animal, que se mostra no
cavalo selvagem e na parte inferior do Sagitário ou ainda na fúria de Zeus
(Júpiter); ou buscarei entre os “animais” e animalizados me erguer a exemplo
dos reais cavalos alados (animais de coração puro) e na parte superior do
soberano do Olimpo ou do arqueiro Sagitário, tão bem descrito por Eugen
Herrigel no livro “A arte cavalheiresca do arqueiro Zen”?
Este breve ciclo (2014) promete
oportunidade ímpar de escolha entre responder conforme sua natureza animal ou
montar (domar) sua natureza animal (desejos e emoções) em busca do estado
hominal (reger a vontade). Então, o fundamento prático de 2014 pode ser: o
animal deve servir ao hominal, o hominal deve cuidar do animal.
CREAR E
CRIAR (Segundo Huberto Rohden)
A substituição da
tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em
nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço
mental – mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o
pensamento.
Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a
transição de uma existência para outra existência. O Poder Infinito é o creador
do Universo – um fazendeiro é criador de gado. Há entre os homens gênios
creadores, embora não sejam talvez criadores.
A conhecida lei de Lavoisier diz que “na natureza nada se crea e nada se
aniquila, tudo se transforma”, se grafarmos “nada se crea”, esta lei está certa
mas se escrevermos “nada se cria”, ela resulta totalmente falsa. Por isto,
preferimos a verdade e clareza do pensamento a quaisquer convenções acadêmicas.
Segundo
Rohden, a graça independe do mérito. Quando vamos à feira levamos a sacola para
colocar as frutas dentro – as frutas são uma graça que hoje não saem de graça!
Para receber a graça é preciso tornar consciente aquela parte da natureza
humana hoje pouco discutida na maioria das instituições de ensino. Refiro-me
àquela parte que os raios-X da tomografia, a ressonância magnética e o exame de
sangue até hoje ainda não aferem e que o Pequeno Príncipe já advertia ser
invisível:
"Eis o meu segredo, é muito simples:
Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."
Planetas - Tamanhos relativos |
De fato,
nos é invisível a graça concedida à Terra por Júpiter enquanto guardião
gravitacional que atrai para si grande parte de corpos celestes potencialmente
prejudiciais à vida em nosso planeta. Isso, porém ainda está ao alcance dos
telescópios e da ciência convencional; simbolicamente, portanto em uma dimensão
arquetípica, ele representa a graça da misericórdia, antídoto ao rigor de seu
“Pai” mitológico, Saturno, amenizando ou abençoando a caminhada árdua com aquilo
que os antigos nomearam sorte. Um ano de ação e de sorte sucede um ano de morte
a todo forte em busca do norte, desde que em seu peito um coração porte.
Intelecto sem coração é mula sem cabeça e ciência sem consciência. Conforme
Cristo Jesus: “O que mata o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da
boca; porque a boca fala daquilo que o coração está cheio”.
Sol e Planetas |
Para pensar em 2014, somente de
passagem, quem é você aqui?
“Somente de Passagem”
“Um turista chega à cidade do Cairo,
com o objetivo de visitar um famoso sábio. E fica muito surpreso, quando ao
encontrá-lo, vê que este mora em um quartinho muito simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília são uma cama, uma mesa e um banco.
– Onde estão os seus móveis? – pergunta o turista.
E o sábio, bem
depressa, pergunta também:
– E os seus, onde estão?
– Os meus?! – surpreende-se o turista. – Mas eu estou aqui só de passagem.
- Eu também... -
conclui o sábio.”
Olá!
ResponderExcluirGostaria de comentar sobre o "Ser de Sagitário". Você o apresentou no texto como uma dialética que deverá ser, primeiramente, conscientizada para, depois, escolhida. É uma polaridade interessante mas que, creio, reduz um pouco a figura a centauro e a simbologia que o envolve. Se olharmos a figura do Centauro, veremos um ser metade homem e metade cavalo, apontando um arco-flecha para frente ou para o alto (depende da iconografia). Pois bem, é aqui que quero e deter. O Ser de Sagitário é um ser triplo e não uma duplicidade animal-homem ou animal-espiritual. A porção mais primitiva da força, da impulsividade e dos ímpetos apaixonados e apaixonantes do centauro, estão evidentes nos membros e até metade cintura (daí a regência do signo sobre os quadris e as coxas), mostrando um compleição robusta e selvagem, digna de velocidade e consistência. Depois, o tronco, os braços e a cabeça humanos, com seus cabelos desvairados, apresentam a porção humana atrelada a uma natureza "quase" indomável, palco de grandes batalhas nestes seres complexos.Aqui, a grande natureza foi agraciada com uma consciência que fará a transição para o terceiro: ao saber o que precisa enfrentar-se e alquimizar-se, o centauro transpõe sua natureza a princípio ambígua empunhando seu instrumento mais visível, o arco-flecha, para adentrar o mundo daqueles que se sabem Humanos! A verdadeira obra sagitariana é agregar sem desmembrar-se, pois os impulsos primitivos darão velocidade e direção às alturas do ser. Uma alquimia magnífica que será coroada pela sabedoria e pela doçura do Psicopompo, do Pégasus, do Hierofante, do Curador Ferido e de tantos outros de carne e osso, flecha empunhada e alma leve. Viva a Triplicidade do Ser de Sagitário!!
Olá Juliana!
ExcluirEspero sua indulgência se lhe pareço indelicadamente minimizar em importância a figura do Centauro de fogo da nona casa! Agradeço sua partilha apaixonada a respeito do ilustre personagem.
Vale um olhar ao outro Centauro do Zodíaco, não nascido, nascituro, que se esconde sob o manto da Virgem na sexta casa, esse Quíron, o curador. O primeiro de fogo, e como tal apaixonado; o segundo de terra e como tal compenetrado. Seus alvos: o meio do céu e o horizonte...
Verticalidade apaixonada
Perto do céu em chamas
No horizonte seu fundamento
Servir a todo momento
O céu sem sofrimento
É a sina do momento
Quando a flecha da paixão
Se voltar ao coração
E assim recomeçando
Encontrar a solução
Antes de ao céu elevar
Ao próximo reencontrar
Viva a alma leve
que bons ares a elevem
e ao Bom Deus a leve!
Ricardo, obrigada pela leitura. Por esse momento raro de suspensao do tempo e de reflexao; isso sim é um verdadeiro luxo. Aqui, no hémisfério norte, estamos entrando na primavera e ainda por cima sou àries ! Esse sentimento de renovaçao esta à flor da pele ! Parodiando o Beaujolais, "L'année nouveau est arrivé" Feliz ano novo, Feliz voce novo. carinho, Shirley
ResponderExcluirComo sempre: curto MUITO te ouvir! Abraço carinhoso.
ResponderExcluirMaria Julia
Raramente comento aqui, mas sempre paro para ler teu blog.Muito bom!
ResponderExcluirQuerido amigo,
ResponderExcluirPaz e bem!
Agradeço a edificante reflexão!
Que sejamos sim mais leves!
Bênçãos,
Priscila Miranda Soares.
Obrigada Ricardo!
ResponderExcluirFeliz Ano Novo apontando para cima!!
Ana.
Olá Ricardo !
ResponderExcluirObrigada pelos ensinamentos e oportunidade de reflexão que me fazem bem.
Feliz Ano Novo ! Feliz você de novo , para que possamos compartilhar e caminhar juntos.
Paz e bem!
Vera
Aquele que conhece os outros é sábio; mas quem conhece a si mesmo é iluminado! Aquele que vence os outros é forte; mas aquele que vence a si mesmo é poderoso! (Tao Te King, cap. 33; Lao Tsé)
ResponderExcluirSaudades do blog...
Maria Inez
Oi Maria Irmã!
ExcluirEsse Lao Tsé é um cara bem legal. Vamos marcar um almoço com ele uma hora dessas...
Um carinho para você!
Só mais uma coisa irmã. Sobre traduções de obras escritas em outras línguas; assunto delicado.
ExcluirSabemos que existem vários tipos de pessoas e tradutores, não é mesmo?
Experimente essa versão do aforismo 33:
Quem conhece os outros é inteligente.
Quem conhece a si mesmo é iluminado.
Quem vence os outros é forte.
Quem vence a si mesmo é invencível.
Diferente?
Quando puder, dê alguma atenção também aos aforismos: 11, 22, 44, 55, 66, 77.
Para nosso próximo encontro com o Tsé...
Atsé lá ou até Lao!
lido!
ResponderExcluirresta-me a prática cotidiana e cutucar meu hominal para estar vigilante! esta, para mim, parte mais difícil... bejão!