Natureza Abstrata - Henrique Luna |
O sangue nasce no interior dos
ossos (Saturno). Algumas águas nascem do interior da terra ou do alto das
montanhas. Moisés bateu duas vezes na pedra para a água sair; ouvisse bem, bateria
apenas uma. Você já viu uma nascente? Você se percebe enquanto nascente?
Assim como a água nasce do profundo da terra, as lágrimas são expressão
de tudo que está empedrado no interior. Elas brotam para lavar os olhos, nossa
janela. Elas vêm para que vejamos melhor. Vêm para compreendermos que há algo
que não vemos bem. Vêm para que enxerguemos. Vêm para anunciar algo que
endureceu no profundo do ser, e que anseia pela vida.
Antes do sangue brotar no interior dos ossos, sede de nossa dureza e
resistência, é importante que a água seja extraída da fonte da rocha de nossas
cristalizações.
O sangue que nasce na pessoa empedrada e emparedada, é sangue aguado,
diluído. Diluído na água do lamento e, portanto, lamacenta. Da água que deveria
ter brotado em algum momento, espontaneamente, como a chuva do céu; que não
choveu por não ter havido leveza suficiente para que flutuasse no ar e subisse
aos céus. Não houve oração (aspiração) e, portanto, foi vítima da gravidade
terrestre (desespero); não subiu, se cristalizou e empedrou. A gravidade
celeste evapora, eleva, enleva, aspira e faz chover.
A água que não evapora aos céus se torna desespero; as águas que o fazem,
esperança, porque chovem e agraciam a terra. Que nossas águas chovam e não
chorem. Que eu abençoe antes a despertar pena.
Quando eu purifico e elevo minhas águas, meu sangue se purifica e pode
receber, além de mais conscientemente aprender o meu Ser. O sangue purificado é
abençoado e visitado cada vez mais por aqueles que inspiram e conduzem, e cada
vez menos por aqueles que viciam, vampirizam e induzem.
O sangue não purificado guarda relação vibratória funcional íntima com
Saturno; purificar o sangue é, em linguagem astrológica, aumentar a tonalidade
de Júpiter concomitante à diminuição da Saturnina. “Jupiterizar” o sangue é ato
que conduz para além do tempo (sempre, nunca) em direção ao eterno (agora), ao
éter, ao etérico. A região etérica é vinculada à vida, àquela árvore e rios que
Ezequiel trata poeticamente em seu capítulo 47.
Corine Heline expressa essa reflexão no livro “Anatomia Oculta e a
Bíblia” com as seguintes palavras:
“Deve-se notar ainda que um
importante trabalho na iniciação concerne à transformação do esqueleto
Saturnino no corpo Jupteriano, e qualquer interferência com o sangue retarda
esse processo uma vez que as células vermelhas do sangue são no presente estado
das coisas manufaturadas na medula óssea do esqueleto. ”
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