“Deus não joga dados” – Afirmação de A. Einstein – Físico
“Não deve ser tarefa nossa prescrever
a Deus como Ele deve reger o mundo”
Resposta de N. Bohr – Físico (Do
livro “A Parte e o Todo” de Heisenberg)
Dentre os movimentos ateístas,
mais chamam atenção aqueles em que o homem é chamado ao auto-aperfeiçoamento,
como ápice da cadeia evolutiva, sem a necessidade de abertura ou reverência a estados
superiores ao humano, enquanto divindades. Grosso modo, caminhos reencarnacionistas
em direção à “iluminação” e à cessação do ciclo de nascimento e morte. É
possível concebermos, em teoria, movimentos ascensionais e movimentos descensionais,
o que clareia, apesar de alguma relatividade, os estados de elevação do humano (despertar)
e de descida do divino (mergulhar).
É suicídio mental espiritual
ou aleijão e caolhice se afastar da tensão paradoxal da complementaridade. As
tensões do tipo Confúcio – Lao Tsé, Aristóteles – Platão, Aquino – Agostinho, Averróis
– Avicena, permeiam a história humana como ioiô.
Assim, se mostra curioso
o movimento dos cientistas que partem do pressuposto básico da inexistência de
Deus! Fundamental notar que esta negação se baseia numa certeza, uma forma de
fé radical, uma fé no nada, ou de que nada existe além do que os cinco sentidos
permitem. Se meu pressuposto é a negação, afirmo que sou o próprio Arquiteto.
Forma discreta e elegante do culto materialista.
Ney Matogrosso oferece solução a essa tensão característica da insustentável leveza do ser em sua música "Balada do Louco"
Ney Matogrosso oferece solução a essa tensão característica da insustentável leveza do ser em sua música "Balada do Louco"
“Eu juro que é melhor
não ser o normal. Se posso pensar que Deus sou eu.”
Mas haveria espaço para
todas essas posturas sem que uma estivesse correta e a outra equivocada?
Acredito que sim e que todos estejam igualmente certos em suas observações e
conclusões. Existe uma ideia corrente de que a própria consciência de cada ser
humano, de algum modo, determina sua realidade. O mundo e a realidade de cada
pessoa respondem a estas convicções pessoais, levando-as cada vez mais a
concretizá-las em sua forma de viver e escolher. Estou afirmando que a história
de cada pessoa responde ao modo como ela constitui seu universo e percepções –
negar possibilidades é bloquear certas vivências; permiti-las é estar aberto ao
novo. Desse modo, alguém cujas convicções se baseiam na materialidade e no
vazio pré e pós-existência corpórea, assim é para ele e assim será. Não apenas
como modelo abstrato e argumento para discussões, mas como fato real de como
sua história se desdobrará.
Realmente um olhar atento
descobrirá existirem fortes evidências de que construímos o mundo com base em
nossas ideias, sendo este o grande dilema do livre arbítrio da vontade. O livre
arbítrio da vontade é uma ferramenta mestra. Pensar o mundo como algo formatado
em que todos os seres e consciências simplesmente respondem às leis naturais é
limitar o conceito livre-arbítrio. Afinal, como concluímos que as próprias leis
não estejam em processo pessoal de evolução?
Sheldrake nos convida a reflexões
dessa natureza de forma elegante na obra “Ciência sem Dogmas”, entre outras.
Quando sua vida estiver equilibrada, procure pensar a esse respeito. Caso sua
vida esteja constantemente desequilibrada, procure pensar a esse respeito
também...
“Como quereis que os homens vos
façam, do mesmo modo fazei a eles.”
Lucas 6:31
Muito bom Dr. Ricardo, sempre com um olhar muito inteligente sobre as questões filosóficas da vida. Sábias palavras, parabéns! "Existe uma ideia corrente de que a própria consciência de cada ser humano, de algum modo, determina sua realidade."
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