CONTINUAÇÃO DE:
Alimentação Consciente I
Alimentação Consciente II
Alimentação Consciente III
Alimentação Consciente IV
Alimentação Consciente V
Alimentação Consciente VI
Alimentação Consciente VII
Alimentação Consciente VIII
Alimentação Consciente II
Alimentação Consciente III
Alimentação Consciente IV
Alimentação Consciente V
Alimentação Consciente VI
Alimentação Consciente VII
Alimentação Consciente VIII
Por Josué de Castro – A geopolítica da fome vol. 1 – 8ª ed. Pág. 124.
No que diz respeito ao
comportamento sexual, verifica-se que a fome crônica – específica ou latente –
age de maneira bem distinta da fome aguda. Os povos submetidos à ação contínua
de uma alimentação deficitária, longe de diminuírem seu apetite sexual, apresentam
exaltação do mesmo e nítido aumento de fertilidade. Esta intensificação da capacidade
reprodutiva dos povos cronicamente famintos explica-se através de um complexo
mecanismo onde entram fatores de ordem psicológica e de ordem fisiológica.
Psicologicamente, a fome crônica determina exaltação das funções sexuais, como
um mecanismo de compensação emocional. Todos os fisiologistas são unânimes em reconhecer
que, em condições normais, existe uma espécie de competição entre os dois
instintos – o de nutrição e o de reprodução – e, toda vez que um se atenua, o
outro, imediatamente, se exalta.
Como a fome crônica,
principalmente a fome de proteínas e de certas vitaminas, determina inapetência
habitual, perda de interesse pelos alimentos, dá-se em consequência um
enfraquecimento da força do instinto de nutrição diante da força do instinto de
reprodução, que passa a predominar. Com o apetite embotado, satisfazendo-se facilmente
com qualquer coisa, o faminto crônico pode desviar seus interesses para outras
atividades independentes da obtenção do alimento, e o primeiro grupo de
atividades que se apresenta, não só por sua hierarquia de natureza biológica,
como também como compensação psicológica, é o das atividades de ordem sexual.
Neste mecanismo psicológico baseia-se o exagerado sensualismo de certos grupos
humanos e de certas classes que vivem num regime de desnutrição crônica.
Mas há também um mecanismo fisiológico
determinando esta significativa correlação entre alimentação insuficiente e índice
de fertilidade. De há muito, tinham os criadores observado que certos animais,
bem cevados, tornam-se estéreis e que basta restringir-lhes a alimentação,
durante certo tempo, para que recuperem a fecundidade. Mas o fato empírico não tivera
grande repercussão nos meios científicos. Hoje, no entanto, dispomos de dados
experimentais e de observações sistematizadas que nos permitem compreender como
atuam as deficiências alimentares parciais, como fator de aceleração da multiplicação
da espécie. É exatamente a fome de proteínas, acarretando o fornecimento
deficitário de certos ácidos aminados indispensáveis, que atua de maneira mais
intensa sobre a capacidade reprodutiva dos animais.
...Com a espécie humana ocorre idêntico
fenômeno. Os grupos de mais alta
fertilidade são aqueles que dispõem de menor
teor de proteínas completas, de origem animal na sua dieta habitual...
Olá, dr. Ricardo. Sou jornalista e gostaria de entrar em contato com o sr. Poderia me passar um e-mail, por favor? Obrigada
ResponderExcluirOlá Pri Portugal! Posso sim, por gentileza, anote: rjleme@hotmail.com
ResponderExcluirAté breve