A Medicina da Saúde é baseada na preservação e na promoção. É sempre superior à Medicina da Doença focada na cura e na prevenção. Somos seres humanos e não "teres humanos”. A doença começa quando se deixa o SER pelo TER; saúde e vitalidade aumentam na direção do SER. A busca pelo SER leva à ampliação da consciência, guia do homem saudável e espelho para o doente. Refletindo o exemplo a ser imitado mostra como sair da horizontalidade do adormecimento e entrar na verticalidade do despertar.
De há muito vem se
expandindo pelas cidades brasileiras, uma farra das mais inusitadas, provinda
talvez do grande alvoroço de atingirmos o ápice de cidades desenvolvidas, com
plena configuração da abundância de luxo e riqueza.
Essa farra – eta, belezura inconsequente! –
hoje, podemos chamá-la de A FARRA DA ÁGUA. Principiou – acredite se quiser –
com a expansão imobiliária, e o erguimento – como num passe de mágica – para os
“novos ricos” de então, de prédios, e mais prédios, contendo piscinas ou
piscinões, para gáudio da satisfação do ego de seus proprietários ou
locatários.
Com esse esbanjar de
aparências, veio o insuflar de carros nas garagens e, obviamente, com eles, a
enxurrada de água para mantê-los limpos, como manda o figurino, dentro ou fora
dos prédios, nos ditos lava-rápidos, que abundam por aí afora em óbvia
consonância aos ditames da higiene.
Mas, a farra nesses
prédios, não para por aí. Afinal há todas as demais áreas a serem limpas, não
apenas com um esfregão molhado, mas com jorros e mais jorros de água por
mangueiras, em horas e horas de trabalho dos encarregados da limpeza.
Essa prática,
infelizmente não se atém a prédios de moradia ou de escritórios, ela se estende
e abarca todo o fluxo do comércio, cuja lavagem das lojas e calçadas começa
logo às primeiras horas do dia, num festival de mangueiras jorrando água, todos
os dias, em proporções gigantescas, uma vez que o lixo acumulado não é varrido,
mas apenas afastado das guias e calçadas e jogados pelos jorros e jorros de
água para o meio da rua.
Isso, sem contar a
limpeza das vitrines, cujos vidros são limpos a toque do mesmo procedimento,
isto é, a jorros de água das mangueiras.
A farra do uso da água é
incentivada desde cedo. Os supermercados vendem, a rodo, piscininhas de
plásticos de tamanhos diversos para as crianças menos aquinhoadas brincarem e,
assim, esbanjarem mais e mais litros de água.
Afora o conforto, bem
estar, e ostentação, dos diversos banheiros (social, privativo, lavabo, de
empregada) com suas respectivas banheiras de hidromassagem, e banhos de espuma,
de relaxamento, adjudicados evidentemente, ao desperdiçar água e energia a
granel, a farra da água manifesta-se como fato corriqueiro na vida diária, no
que concerne especificamente à higiene, limpeza de pessoas e seus quilométricos
imóveis de moradia.
Nesse entremeio, há os
cuidados de higiene aos seus queridos companheiros, o tais animais domésticos, que
se espalham por milhares de pet-shops, em mais um item de uso de água em
abundância, sem falar no bebericar de água por cada um desses animais,
diariamente.
Enquanto isso, na
periferia, as torneiras pinga-pinga e os vazamentos afloram a olhos vistos, no
desperdício de água e energia, inclusive pela limpeza braçal da casa, da louça,
e quiçá, muitas vezes, até da roupa.
Afora, esses pequenos
detalhes do uso exacerbado da água pela população, há ainda toda a imensidão de
água consumida pela indústria, inclusive no congelamento de produtos destinados
à exportação.
Nesse quesito, há ainda a
indústria de cervejas e refrigerantes que abarcam água de poços artesianos para
fabricação em embalagens não mais de garrafas ou garrafinhas de produtos, mas
gigantescos envases de conteúdo de refrigerantes.
Outra faceta dessa farra são
os litros e galões de água vendidos por distribuidoras, cujas marcas de
duvidosa existência, fazem concorrência a outras já consagradas, cujo slogan
televisivo, alerta “Beba Água TAL” isso fará bem a sua saúde.
Tanto assim se apresenta,
que, agora, nas caminhadas e corridas de pedestres lá vão todos com suas
garrafinhas de água industrializada.
Tudo isso, é apenas um
pequeno detalhe da “FARRA DA ÁGUA”. Sua extensão é muito maior do que sabemos
ou imaginamos.
Mas como tudo tem o seu
preço, eis que “de repente, não mais que de repente” a canoa virou e aconteceu e
ainda vem acontecendo em graus nunca vistos e imaginados:
A FORRA
A estiagem que vem
assolando nossas diversas cidades vem, consequentemente, ajudando na promoção brusca
da queda dos reservatórios de água, fazendo com que – embora o setor público e
seus agentes continuem não admitindo: a vigência e escassez de água em diversas
regiões do país, sem que se admita um racionamento ou se faça uma campanha pela
mídia, em favor do uso adequado e consciente da ‘ÁGUA’, apresenta-se
avassaladora e preocupante.
Com ares de futurólogo,
Glauber Rocha já alertava em seu famoso “Deus e o Diabo na Terra do Sol”,
inspirado na obra, Os ”Sertões”, de Euclides da Cunha:
“O Sertão vai virar mar,
o mar vai virar sertão”.
É a “FORRA” da natureza
contra todo esse esbanjar alucinatório do precioso líquido, cuja existência,
assim como a do petróleo, e a de todos nós humanos, é finita e limitada. Não
adianta rezar – ainda que rezar seja bom, e, muitas vezes até gratificante, nem
contorcer-se em perjúrios ou esbanjar lágrimas inocentes.
É preciso convir e sempre
ter presente no pensamento diário, que sem o “precioso líquido” o que será de
nós, e do planeta, afinal aqui no Brasil, “Água também é Energia”. Nossa
incompletude irracional no caso demonstra o quanto somos desvalidos e atilados
em enfrentar situações de risco ou impedir sua existência.
Portanto “Saúde é Consciência”,
é evidente. Mas Consciência é de todo modo, vital para nós todos, na
multiplicidade de nossos usos, costumes e afazeres cotidianos, de modo
diligente e eficaz, no que diz respeito ao uso da água. Tê-la, ainda que com
parcimônia e de modo adequado, em benefício de todos nós habitantes deste planeta
terra, não só é necessário, mas também é de urgência urgentíssima. De caráter,
aliás, incontestável.
Nesse contexto, urge ter
em mente, ainda e sempre, o milagre da inteligência: a capacidade de nós
humanos, de, em todo trabalho fazer jorrar água pelas torneiras distribuídas em
profusão pelos mais diversos cantos e recantos da casa ou fora dela, em nosso
dia-a-dia, não só para uso pessoal de ingestão, como, também, para limpeza e
higiene nossa e de tudo que usualmente nos cerca.
Esse milagre está aliado a
outro grande milagre humano, o da produção de energia elétrica para iluminar
nossas vidas e contribuir e facilitar nossos afazeres diários, por meio da gestão
do uso de aparelhos elétricos, - domésticos - que nos dão uma sobrevida
indispensável ao nosso bem estar benfazejo.
Esses milagres fazem-nos
crer, firmemente, no dizer do poeta Manoel de Barros (19.12.16 - 13.11.2014).
“As águas são a epifania da criação”
Em assim sendo, manifesta-se de toda conveniência que reinventemos nossos
hábitos, usos e costumes comportamentais, em prol da continuidade do fluir constante
de nossas águas, e, obviamente de nossa saúde e bem estar.
Fiquei desapontado ao ler
uma notícia em um grande jornal de São Paulo, de que um dos maiores defensores
da publicidade infantil é um escritor e criador dos grandes e famosos
personagens brasileiros de revistas infantis. Segue o link abaixo:
Ele se utiliza de seus
personagens para lucrar e vender produtos para crianças que não sabem que estão
sendo manipuladas a comprar compulsivamente produtos que são produzidos baratos
e vendidos caros, só porque tem a figura dos personagens que a criança gosta.
Ensinando as crianças a
comer porcaria!!!!
Sem contar que a criança
descarta o brinquedo uma ou duas semanas após o uso e já querem comprar outro. Trazendo
assim como consequência poluição e formando um hábito consumista na criança.
Quando adulta, ela continua consumindo, muitas vezes adquirindo dívidas
impagáveis assim tornando-se um adulto infeliz.
Ele diz que a economia
teria um prejuízo de 33 bilhões e desempregaria 720 mil pessoas se a
publicidade infantil fosse proibida, mas na minha opinião estas pessoas
poderiam trabalhar ou criar laboratórios de pesquisas ou empresas usando este
dinheiro para fins tecnológicos e medicinais, que beneficiassem o planeta.
Em países com uma
consciência mais desenvolvida como o Canadá a publicidade infantil é proibida e
no intervalo dos desenhos passam propagandas estimulando as crianças a saírem
de casa para brincar e fazer esporte.
A criança de hoje é o
adulto de amanhã.
Vale a pena assistir o
documentário sobre o assunto no link: