A Medicina da Saúde é baseada na preservação e na promoção. É sempre superior à Medicina da Doença focada na cura e na prevenção. Somos seres humanos e não "teres humanos”. A doença começa quando se deixa o SER pelo TER; saúde e vitalidade aumentam na direção do SER. A busca pelo SER leva à ampliação da consciência, guia do homem saudável e espelho para o doente. Refletindo o exemplo a ser imitado mostra como sair da horizontalidade do adormecimento e entrar na verticalidade do despertar.
terça-feira, 22 de agosto de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
SOBRE O TEMPO – UM SONHO
Outro dia, em sonho, muito tempo atrás,
quase ontem, perguntaram se o tempo existe de fato e do que ele se trata.
Andei, falei e pensei:
Sim o tempo existe, e o eterno
insiste, duas direções espaciais que quando se fala em tempo se mostram necessárias.
Sim, pois a existência do tempo exige o conceito de mudança e de movimento, sem
o que o conceito não se manifesta. Se estiver difícil, me interrompa, por
favor, e pergunte ok?
Existir é vir para fora (prefixo
ex), é acontecer, é manifestar, é temporalizar. E tudo que é temporalizado
ganha duração e, portanto finitude. Se não a finitude no sentido anterógrado,
ao menos a do sentido retrógrado, pois que pode ser infinita para frente, mas
não o é para trás, visto teve princípio e, portanto não é eterna. Digo que a
eternidade é a infinitude do passado e o tempo (temporalidade) é a infinitude
do futuro. Por isso sempre ter existido (eterno) é tão diferente de poder
existir para sempre (infinito).
O tempo nasce de um sacrifício.
Para se “ter” tempo é importante algum grau de sacrifício. De outro modo,
aqueles cujas vidas não “têm” sacrifício, não têm tempo. O tempo os têm, são
possuídos pelo tempo, escravos do tempo, vítimas do tempo. Nas palavras de
Rohden, podemos ser livres daquilo que possuímos, mas podemos ser escravos,
mesmo daquilo que não possuímos. Não há mal nenhum em possuir, todo mal está em
ser possuído. Sacrifício é ofício sagrado e verticaliza o humano, sofrimento é
escolha animal, horizontaliza o humano e esvazia o sentido de vida. Sacrifício
é vital e ativo, já sofrimento é mortal e passivo.
Mas, o tempo é essa coisa que
passa e quanto mais apego mais ele se materializa e entra em nossas entranhas.
Faz tudo parecer real, na medida em que vivenciamos um antes e um depois.
Decorrências de sua “passagem”.
Quando se olha um rio do alto,
ele aparenta inteiro e imóvel. Quando entramos nesse mesmo rio, ele parece
passar ou ir em alguma direção. Quanto mais denso o estado da matéria, mais o
tempo se faz sentir.
Antigamente o tempo era visto
como divindade, CHRONOS
(Grécia), depois também Saturno (Roma). Nessa época era bem sabido o porquê
dessa divindade devorar seus filhos. Hoje o tempo nos devora, mas perdemos
aquela qualidade de percepção e a trocamos pela noção de que simplesmente o
tempo passa e com ele nós passamos...
Certamente passamos, mas o tempo
será que passa mesmo? Ou se assemelha ao rio que visto do alto é parado e só
quando nele se entra é possível perceber o fluxo?
O tempo também tinha outra
representação divina no passado, relacionada à sua qualidade, a seu como. Essa
representação era conhecida por KAIRÓS.
A qualidade do tempo determina uma instância de natureza etérea em relação à
quantidade de tempo, e de fato, a envolve com essa atmosfera. Por isso alguns
tempos são mais curtos e outros mais demorados, apesar de serem os mesmos quando
medidos em ponteiros. O escritor e físico Alan Lightman escreve sobre isso com propriedade
na obra “Sonhos de Einstein”.
Até hoje, por mais que
pesquisemos, não sabemos se o tempo é contínuo ou granuloso (discreto), mas um
cientista chamado Planck definiu o que se pode arriscar como a menor quantidade
de tempo, a partir da qual podemos falar em tempo; é o TEMPO DE PLANCK. Mas
isso tudo só vale enquanto a velocidade da luz, a constante gravitacional e a
constante de Planck forem consideradas constantes; se alguém descobrir que não
são tão constantes assim, tudo isso deve se transformar em algo bem
diferente...
Se o tempo for granuloso,
descontínuo, talvez seja nesses “espaços” que a qualidade possa se encaixar!
Algo como a água que adentra as rachaduras do solo! Que pena não se poder medir
as qualidades como se pode medir o tempo e descobrir se elas podem ser
constituídas de pequenas partes como o tempo do Planck!
Dizemos que temos tempo, mas
temos de fato ou é o tempo que nos têm em si? Estamos no tempo e ele em nós,
nossos ritmos cardíacos e respiratórios o dizem, mas por quanto tempo?
Saturno, o senhor do tempo e
também o ceifador, no simbolismo astrológico rege um signo de terra
(Capricórnio); a terra é o palco do tempo; além disso, Saturno se exalta em um
signo de ar (Libra), que representa os atores do tempo, que atuam em parceria
comigo. Ambos signos cardinais, que iniciam movimentos e que evocam a
manifestação e a importância do tempo. Por outro lado, Saturno, o senhor do
tempo, fica mal posicionado nos signos de Áries e Câncer. Áries é o próprio
princípio ígneo que subjaz a toda manifestação e que não pode ser restrito ou
subjugado pela temporalidade; Câncer é o princípio vital que clama por
manifestar-se em vida e que não pode ser restrito ou subjugado senão apenas
brevemente.
No devorar de seus filhos, Saturno nos ensina sobre a tensão dinâmica
entre as forças dinâmicas de manifestação e perpetuação da vida em
contraposição às forças de cristalização e de atrito da vida.
Para parar o tempo, é preciso ir
para bem longe. É o que as estrelas fizeram. Quando vemos uma estrela, vemos
como ela foi e não como é nesse momento. Nosso sol, por exemplo, o vemos como
ele foi oito minutos atrás; outras estrelas como foram há milhões de anos
atrás. No mundo em que vivemos quanto mais distante um objeto de nós, mais
antigo ele nos parecerá; quanto mais próximos de sua luz, mais novo.
O tempo é amigo da distância, a vida é amiga da luz.
A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreendem.
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
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