A Medicina da Saúde é baseada na preservação e na promoção. É sempre superior à Medicina da Doença focada na cura e na prevenção. Somos seres humanos e não "teres humanos”. A doença começa quando se deixa o SER pelo TER; saúde e vitalidade aumentam na direção do SER. A busca pelo SER leva à ampliação da consciência, guia do homem saudável e espelho para o doente. Refletindo o exemplo a ser imitado mostra como sair da horizontalidade do adormecimento e entrar na verticalidade do despertar.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
O MÉDICO E O MEDO
Tão
longe tão perto
o médico
do medo.
Não
sabe, é certo,
que a
medicina que assina
faz
escravo homem liberto,
e
portanto não é sina do médico esperto,
mas
d’outro que ainda
não teve
olhos abertos.
Que
a assassina ceda espaço
amiúde
e humilde
a
todo médico da Saúde.
Que assim a semelhança de
médico
e medo
doutor
e dor
se
dissolva na esperança
da
medicina do amor.
terça-feira, 1 de julho de 2014
SALUTOGÊNESE
Por: Dra. Ana Cristina Guimarães
O conceito de Salutogênese foi proposto na
segunda metade do século XX pelo médico e sociólogo norte americano Aaron
Antonovsky.
Do latim, Salus- sanidade e do grego Gênesis-
origem, portanto ele significa a origem da sanidade ou da saúde. A noção se contrapõe a “Patogênese”, que
consiste no conceito da Medicina atual, fundamentada na busca e na origem das
doenças. Os dois conceitos são complementares, pois obviamente precisamos saber
a causa e o tratamento das doenças.
Porém, na Salutogênese a pergunta primária
é outra. Como
desenvolver e manter a saúde de uma população ou de um indivíduo?
Surge o conceito de “resiliência”, ou
seja, resistência. Por que alguns indivíduos submetidos a um stress constante,
físico e psíquico, sobrevivem sem adoecer, enquanto outros não têm tantas
condições de resistência?
Trazendo para o nosso dia a dia, a
preocupação primária de uma empresa ou de um governo deveria ser sobre quais os
programas que poderiam ser implementados para que os funcionários ou a
população não adoecessem. Quando adoecemos, já estamos correndo atrás do
prejuízo: horas perdidas de trabalho, o custo enorme dos remédios ou de
internações hospitalares. O velho ditado “prevenir é melhor do que remediar”
demonstra-se verdadeiro tanto em nível pessoal, como em nível de política empresarial
e pública.
Um brasileiro
manter-se saudável atualmente é um verdadeiro “milagre divino”.
Porém, quando pensamos em “prevenir” uma
doença, logo pensamos em exames de laboratório para “check-up”, ou uma consulta
médica para “ver se está tudo bem...”.
Muitas vezes, vemos pacientes sedentários, fumantes e estressados saírem
do consultório, felizes por seus exames não apresentarem nenhuma alteração. Em
um caso como este, o fato dos exames estarem normais não significa nada e seria
até um fator precipitante de doença, pois não serviu para que este paciente
tomasse consciência de seu estilo de vida. Entretanto, na verdade não estaremos
prevenindo nada com estes atos, apenas participando do conceito “patogênico”,
com foco na doença e não na saúde.
Encarando desta maneira, a questão da
saúde torna-se primariamente uma questão pedagógica. Ensinar a ser saudável é a
primeira preocupação da Medicina da Saúde.
Segundo Antonovsky, os recursos promotores
de saúde podem ser divididos em dois grupos.
O primeiro grupo seria atributivo, isto é,
não dependente de nós:
-hereditariedade favorável, bom nível nutricional desde a
infância, atendimento as necessidades afetivas básicas da infância, bom nível
sócio econômico familiar, integração familiar, boa qualidade de vida em relação
ao meio ambiente.
Quem teve a felicidade de receber uma boa
educação, em um ambiente familiar amoroso e morando em um meio ambiente
ecológico agradável já é um grande de candidato a adoecer menos. Como isto nos
foi dado (ou não), não podemos agir sobre estes fatores, mas podemos pensar em
nossos filhos ou na próxima geração, promovendo uma alimentação saudável,
procurando criar um espaço familiar de harmonia e pensando coletivamente em
como melhorar o meio ambiente. Percebemos também com este conceito, que
políticas públicas que visem melhorar a qualidade de vida de uma grande cidade,
aumentando áreas verdes, combatendo a poluição, seriam de extrema importância para
a saúde.
O segundo grupo de fatores salutogenéticos
seria aquisitivo, isto é, obtidos por nosso esforço voluntário:
- coerente projeto de
vida, boa situação sócio-cultural individual, boa interação afetiva, auto-cultivo
em termos estéticos, filosóficos e espirituais, engajamento ideológico nobre.
Quando pensamos em “manter a saúde” logo
nos vem à mente exercícios físicos (horas de academia) ou dietas restritivas.
Obviamente uma dieta controlada, e certo grau de atividade física são
importantes, porém no conceito salutogênico, as questões mais enfatizadas são
as sociais, espirituais e culturais.
Diversos estudos mostram a importância de
questões anímicas tais como cultivar alguma espécie de religiosidade, a
sensação de que existe uma intencionalidade ou “sentido” para a vida, e o menor
adoecimento ou maior resistência de pacientes acometidos por doenças graves,
como, por exemplo, o câncer. Segue um exemplo de estudo, no link:
No conceito salutogênico, arte e cultura
também são promotoras de saúde. Trabalhos tem demonstrado a importância da música
e de atividades artísticas relacionadas à manutenção da saúde, pois atuam
melhorando o anímico-espiritual.
Como estamos levando a nossa vida diária e quanto tempo dedicamos
a alguma atividade que não seja o trabalho?!
Para a manutenção da saúde devemos
incorporar algum tempo para as atividades nutridoras de nossa alma, tais como
leitura, música, arte; procurar estabelecer um ambiente de harmonia, tanto em
casa como no trabalho; cultivar uma religião (oficial ou não) ou estudar
filosofia. Amplia-se assim o antigo conceito de que saúde está apenas
relacionada à prática esportiva, alimentação regrada e visitas regulares ao
médico.
Para saber mais: Moraes, Wesley Aragão: Salutogênese e Auto-Cultivo,
uma abordagem interdisciplinar. Instituto Gaia. 2006.
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