A Medicina da Saúde é baseada na preservação e na promoção. É sempre superior à Medicina da Doença focada na cura e na prevenção. Somos seres humanos e não "teres humanos”. A doença começa quando se deixa o SER pelo TER; saúde e vitalidade aumentam na direção do SER. A busca pelo SER leva à ampliação da consciência, guia do homem saudável e espelho para o doente. Refletindo o exemplo a ser imitado mostra como sair da horizontalidade do adormecimento e entrar na verticalidade do despertar.
domingo, 25 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
SOBRE AS DEFORMIDADES HUMANAS
Veja também o texto: Geração Z e TDAH - Saúde x Doença
Um pedido de atenção...
O vídeo acima estava alojado em:
Nele era apresentada, por um psiquiatra estadunidense, uma visão crítica comparativa muito interessante sobre a medicalização e o sistema de classificação de doenças DSM4 e DSM5, assim como aspectos naturais ao ser como mágoa e timidez vem sendo vistos como doença em novas classificações. Um pouco disso ainda pode ser visto, não mais com aquela qualidade, nos links abaixo.
https://youtu.be/yuCwVnzSjWA
https://youtu.be/-AMvrcBvYWk
https://youtu.be/WtHIv3TW3qk
As deformidades humanas existem. Fácil ver as que acometem o corpo físico, mas e as que comprometem os outros corpos, como o emocional, o mental e especialmente o corpo ético (corpo da interação com o próximo e membro humano responsável pelo exercício de amor ao próximo)?
Nele era apresentada, por um psiquiatra estadunidense, uma visão crítica comparativa muito interessante sobre a medicalização e o sistema de classificação de doenças DSM4 e DSM5, assim como aspectos naturais ao ser como mágoa e timidez vem sendo vistos como doença em novas classificações. Um pouco disso ainda pode ser visto, não mais com aquela qualidade, nos links abaixo.
https://youtu.be/yuCwVnzSjWA
https://youtu.be/-AMvrcBvYWk
https://youtu.be/WtHIv3TW3qk
As deformidades humanas existem. Fácil ver as que acometem o corpo físico, mas e as que comprometem os outros corpos, como o emocional, o mental e especialmente o corpo ético (corpo da interação com o próximo e membro humano responsável pelo exercício de amor ao próximo)?
Certa vez, falando sobre
malformações congênitas, após concluir a parte física das malformações,
prosseguindo nas malformações do caráter, da moral e da ética, alguém
perguntou: “Seria o nascer uma forma de
malformação?”.
Bem, se conforme algumas filosofias pregam, a
vida tem um sentido de evoluir, isto leva a crer que deva haver um ponto em que
o nascimento deixe de ser necessário; para uns, nirvana, para outros, vida
eterna, corpo alma, corpos sutis, enfim, variações de um mesmo tema... Não seja
esquecido e respeitado o pensar materialista dos que creem na procriação e
perpetuação pela transmissão de seus genes, egoístas ou não... De qualquer
modo, penso que o Monteiro Lobato explica isso melhor que eu:
- Sei dizer coisas engraçadas e até
filosóficas. (…) Sabe o que é um filósofo, Visconde?
O Visconde sabia, mas fingiu não
saber. A boneca explicou:
- É um bichinho sujinho, caspento,
que diz coisas elevadas que os outros julgam que entendem e ficam de olho
parado, pensando, pensando, Cada vez que digo uma coisa filosófica, o olho de
Dona Benta fica parado e ela pensa, pensa…
- Ficam pensando o quê, Emília?
- Pensando que entenderam.
O Visconde enrugou a testinha e
quedou-se uns instantes de olho parado, pensando, pensando. Aquela explicação
era positivamente filosófica.
- E como sou filósofa – continuou
Emília – quero que minhas Memórias comecem com a minha filosofia de vida.
- Cuidado, Marquesa! Mil sábios já
tentaram explicar a vida e se estreparam.
- Pois eu não me estreparei. A
vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a
piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os
olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.(…)
O Visconde ficou novamente
pensativo, de olhos no teto.
Emília riu-se.
- Está vendo como é filosófica a
minha ideia? O Senhor Visconde já está de olhos parados, erguidos para o
forro.(…) A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de
piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca;pisca
e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por
fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? – perguntou o
Visconde.
- Depois que morre vira hipótese. É
ou não é?
(Monteiro Lobato, trecho de
“Memórias de Emília”, 1936).
De fato, existe tensão
acentuada entre as percepções espiritualistas e materialistas em relação ao
significado e abordagem das doenças e malformações na espécie humana. Como
exemplo, as referências abaixo, ilustram de forma rica, a perspectiva da visão
de pensadores espíritas em relação à ciência e às pesquisas com células tronco
e de fertilização in vitro:
É fato inconteste a existência
do deformado social, pobre, faminto, desgraçado em qualquer quesito que o
fator financeiro esteja envolvido, mas a principal questão atual diz respeito
ao deformado ético. Pessoas que possuem patrimônios e poderes desproporcionais
à sua estrutura de caráter e que não por maldade, mas por ignorância, usam sem
o devido cuidado sua influência; como uma criança com uma arma em mãos...
Anakin - criança |
Anakin Skywalker,
personagem de George Lucas na saga guerra nas estrelas, é o protótipo deste
indivíduo que representa literalmente o que o diretor definiu como o “lado escuro”
da força. Curioso notar e fundamental lembrar a saudação dos personagens
identificados com o “lado escuro”: “A força está conosco”, em detrimento
daquele dos que representam o outro lado: “Que a força esteja com você”.
E você como cumprimenta
os seus?
Anakin – Darth Vader |
Na última década, prestando
atendimento em uma instituição especializada no tratamento de deficientes
físicos, aprendi ser comum que famílias com pacientes praticamente normais, com
menos deformidades ou com malformações mais leves, se mostram frequentemente mais
inconformadas com a doença, aceitando-a com mais dificuldade, salvo raras exceções.
Pacientes com deformidades graves pertencem, geralmente, a famílias mais tranquilas,
conformadas e que mais facilmente aceitam propostas de tratamento no sentido de
prevenir pioras ou promover alguma melhora, situações distantes da cura ou do
estabelecimento de um estado de normalidade. Nos casos de quase normalidade, é
comum que as expectativas da família sejam maiores, talvez porque os responsáveis
as comparem com pessoas “normais” e apenas raramente com aquelas com a mesma
doença em formas mais graves. Consequentemente, são as famílias que geralmente
sentem mais medo de procedimentos e que requerem maior cuidado na conversa
sobre propostas de tratamentos, sejam eles clínicos ou cirúrgicos.
Interessante nesse
sentido notar como o próprio contexto da deformidade do paciente se move para o
contexto familiar, caracterizando outro tipo de deformidade, dessa vez agindo
sobre a relação médico-paciente. No contato com a família é fundamental
trabalhar a diferença entre os estados de prontidão e expectativa. A
expectativa é restritiva e prende a intenção do familiar, do paciente e do
médico a um resultado que não pode ser prometido, ainda que altamente provável e
desejado por todos. Sempre melhor é o estado de prontidão, em que a relação
familiar se estabelece na confiança e na certeza que cada parte fará o seu
melhor e que de forma independente, problemas podem ocorrer no percurso do
tratamento. Quando o terapeuta e o paciente concordam em baixar as expectativas
e estabelecer seu vínculo na verdade ao invés de optar pelo endeusamento da
figura do médico, tudo flui de forma muito mais saudável, para todos.
O precioso filme francês
"Intocáveis", uma história real, de Eric Toledano e
Olivier Nakache, fotografa outra faceta da questão, e nos presenteia com
a percepção do que é, e quem é "deficiente" sob a perspectiva do
próprio deficiente físico! Fragilizado e frequentemente visto como digno de
pena, um coitado ou inválido, o indivíduo deixa de ser tratado de forma natural
pelas pessoas. O filme evidencia a necessidade do deficiente ser enfrentado,
confrontado como ser humano em situação de igualdade nas situações cotidianas,
e não apenas como motivo da piedade alheia. Interessante notar, como bem
ilustrado no filme, que da mesma forma que a sexualidade passa por
transformação drástica (no caso, a zona erógena do personagem passa a se
localizar nas orelhas), o mesmo ocorre com o senso de humor do personagem que
passa a rir daquilo que em outro contexto seria totalmente inusitado.
Ainda em relação às
deformidades do caráter, vale constar a recente atuação da Suprema Corte do
país, ocorrida em 2012, no memorável episódio conhecido como do “mesadão”,
amplamente documentado pelos meios de comunicação, que tornaram explícitas as
atitudes pouco virtuosas de cidadãos escolarizados e domesticados, e também de
outros, outrora defensores do público, ora privados do estado de sanidade
moral. Talvez fosse essa deformidade que Raul Seixas cantava:
“... Meu último pedaço, antes de
ser engolido ainda pensou grilado:
Quem será este desgraçado dono
desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos
caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito
bandeira
Tá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio
senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi
aquele mês
“Metrô linha 743”
O que é mais
agradável ver, um deformado físico ou um deformado moral?
Deixando de lado o pouco
caso com a saúde social, expresso nas mazelas dos praticantes da “lei de
Gerson”, voltemos ao ponto de vista metafísico e a tal lei do carma. Se há
mesmo essa lei, como alguns afirmam, de fato nascer pode ser uma forma de “deformidade”,
como um defeito que se não houvesse, ninguém precisava saber...
Mas então o
que dizer daqueles entre nós que já nasceram perfeitos?
Por que
nasceram?
Existe a luz
e o iluminado, quanto de mim está de cada lado?
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sábado, 3 de novembro de 2012
O ESTRANHO
O ESTRANHO (Autor: Desconhecido)
Alguns
anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa
pequena cidade. Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador
personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família. O estranho
aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto
eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente
jovem já tinha um lugar muito especial. Meus pais eram instrutores
complementares: Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me
ensinou a obedecer.
Mas
o estranho era nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com
aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa
que quiséssemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do
passado, do presente e até podia predizer o futuro! Levou minha família ao
primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca
parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e
calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só
ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade (Agora me pergunto se ela teria
rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu
pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se
sentia obrigado a honrá-las. As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram
permitidos em nossa casa? Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de
qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo,
usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus
ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu
pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a
tentá-lo e a fazê-lo regularmente. Fez com que o cigarro parecesse fresco e
inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos. Falava
livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes
evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora
sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante
minha adolescência pelo estranho. Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca
fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar. Passaram-se
mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde
então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu
nome?
Nós
o chamamos Televisor...
Que se leia em cada lar...
Obs.: Seus irmãos, computador e celular, são os novatos que pedem nosso tempo e atenção; cuidemos para que as raízes que ainda sobram não continuem sendo queimadas...
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
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