POR MÁRIO INGLESI
Última parte de:
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http://saudeconsciencia.blogspot.com.br/2012/04/mascaras-e-mascarados-v-saude-social.html
http://saudeconsciencia.blogspot.com.br/2012/04/mascaras-e-mascarados-vi-saude-social.html
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Em sentido diametralmente oposto ao criacionismo e
suas máscaras, apresenta-se com seus tentáculos devastadores e abrangentes, as
máscaras do mal, da destruição, da morte, feitas sob medida para garantir a
cobiça, os interesses ou salvaguarda da hegemonia política sobre outros povos,
terras e jazidas petrolíferas.
Tais máscaras trazem em sua tessitura a indústria
bélica, cuja proliferação é cada vez maior, em sua rede infinita de armas
mortíferas, das mais variadas e sofisticadas espécies e, de um raio de
abrangência muito grande, de efeitos incomensuráveis, com um poderio de morte avassalador
e de destruição exacerbada de tudo, e de mutilação de não poucos.
Essa indústria beligerante traz em seu bojo também
outras duas máscaras: a do lucro incomensurável e a do poderio de conquista a
demonstrar.
Seus anseios são “a guerra” e o “terrorismo”, duas das
máscaras temíveis que engendram a satisfação dos ideais que preconizam
assustadoramente.
A primeira, “a guerra” leva milhares de jovens à
militância beligerante, forjada e autoritária, através do alistamento militar
obrigatório, deixando para trás os seus entes queridos. Isto, porém, evoluiu
com a invenção dos “mísseis de longo alcance”, as bombas “H”, as bombas
incendiárias, as bombas de Napalm, muitas destas, plenamente configuradas no
filme “Apocalipse Now, sobre a guerra do Vietnã, do cineasta Francis Ford
Copolla. A segunda, “o terrorismo” é de prática inidentificável. Os
homens-bombas causam terror justamente por não serem identificados. Suas máscaras
são de pessoas comuns, como as de homens, mulheres e até jovens adolescentes
(meninos). Muitas vezes, se travestem ou investem sob a máscara de dirigentes
de carros bombas. Uns e outros devastadores e temíveis em suas ações mortíferas
e de destruição.
Sob essas máscaras aterradoras e aterrorizantes, o
criacionismo, e a criatividade, que profetizam uma humanidade sempre melhor e
mais proficiente em sua existência sobre o Planeta Terra, não se fizeram e não
se fazem submergir, pelos sentimentos de medo, angústia, tensão, desalento,
incerteza, e, mais que tudo, por ceticismo que abarca gerações.
As palavras de ordem, tornadas slogans em 1968, de Paz
e Amor, hoje, verdadeiros eufemismos, tornaram-se vazias, sem sentido diante de
tanta mortandade, destruição, pobreza e miséria, que ainda hoje campeiam em vastos
territórios deste nosso Universo, formando máscaras inomináveis de
desumanidade.
Ao nos debruçarmos sobre algumas das máscaras humanas
e suas conexões existenciais, nos permitimos conhecer melhor o homem
em
seu universo, pois ficamos conhecendo, em parte, suas alegrias, dores, amores, sofrimentos,
violências e, principalmente, seu rosto, em suas relações com o mundo, consigo
mesmo e com o outrem, como celebra a cantiga:
“Senhora dona Sancha
Vestida de ouro e prata
Levante este véu
Queremos ver seu rosto
(Cancioneiro popular)
Feliz, o homem – ah, o homem, esse também Criador - sob
o peso de todas as incontáveis máscaras de seu rito de passagem pela Terra,
ainda que marcadas, muitas vezes, por males terrificantes que o cercam, ainda
hoje, com todas as crises que o sufocam no seu dia a dia, continua, sem
resignação, virando sempre nova página, o seu caminhar firme, compartilhado com
o congraçamento da arte, da ciência e da religião em direção ao seu destino
glorioso de liberdade, ousadia, e criação vanguardeira e democrática, numa
espiral sempre crescente de bem-vindo, de renascimento, como no poema de Oswald
de Andrade:
Relógio
As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vem
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão.
(Poesias Reunidas, Ed, Círculo do Livro, 1976.)
Eis, aí, dr.
Ricardo, algumas reflexões ou elucubrações advindas da leitura do texto “O
Louco” do pensador Khalil Gibran, cujo texto está muito aquém de tudo isso.
Mas, o que fazer, ler é viajar sempre e cada vez mais por mares e territórios
inimagináveis da vida humana. Se há extrapolações em divagações talvez exageradas
e em números crescentes, há, no caso, também, o propósito preliminar de
promover a conscientização do ser humano, em seus vários elementos e graduações
em benefício do seu bem viver saudável, marca sempre assaz bem-vinda no seu
Blog.
Com o abraço sempre efusivo de fraternidade, os
agradecimentos de praxe, mas sempre merecidos, por todas as oportunidades
oferecidas de reflexão.
Mário Inglesi